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Moçambique

Bispo de Pemba relata cenário "devastador" após ciclone Chido

16 dez, 2024 - 14:46 • Henrique Cunha

Numa mensagem enviada à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o bispo de Pemba, D. António Juliasse revela “danos materiais profundos”, com “muitas casas e Igrejas arrasadas” e pede “socorro para o povo que ficou sem casa”.

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Exemplo da destruição causada pelo Ciclone Chido em Pemba. Foto: Fundação AIS
Exemplo da destruição causada pelo Ciclone Chido em Pemba. Foto: Fundação AIS
Destruição causa pelo Ciclone Chido na região de Pemba. Foto: Fundação AIS
Destruição causa pelo Ciclone Chido na região de Pemba. Foto: Fundação AIS
Igreja particalmente destruida após passagem de Ciclone Chido em Cabo Delgado. Foto: Fundação AIS
Igreja particalmente destruida após passagem de Ciclone Chido em Cabo Delgado. Foto: Fundação AIS

A passagem do ciclone Chido por Moçambique deixou um cenário "devastador", afirma o bispo de Pemba, D. António Juliasse.

Na mensagem divulgada na última madrugada, o bispo adianta que ainda não se sabe a dimensão efetiva de toda a destruição, até porque “não há luz elétrica nem comunicações telefónicas”, mas afirma que vários distritos “foram fortemente fustigados”. De acordo com o relato do bispo, dezenas de capelas e igrejas também ficaram destruídas, e “até os campos de deslocados que abrigam vítimas dos terroristas foram arrasados”.

Este domingo, o ciclone Chido atingiu em particular a região norte de Moçambique e os danos materiais são profundos. De acordo com D. Juliasse, “as dioceses de Pemba, Lichinga, Nampula e Nacala terão sido das mais afetadas, com muitas casas e Igrejas arrasadas e milhares de pessoas que ficaram numa situação de enorme vulnerabilidade, sem abrigo e sem meios para a sobrevivência imediata”.

“Este ciclone foi devastador, foi mesmo devastador. É assustador ver que em pouco tempo os ventos fortes deixaram um enorme rasto de destruição”, assinala o bispo.

Na província de Cabo Delgado, o ciclone atingiu em particular os distritos de Mecufi, Pemba, Ancuabe, Chiúre e Namono, e de acordo com o relato do bispo “nestes distritos, sobretudo nas zonas um pouco distantes dos polos urbanos, a população tem as casas construídas com materiais locais, casas feitas de estacas e embatocadas com barro e com cobertura de capim. “Estas casas, boa parte delas, estão agora parcial, ou totalmente destruídas” sublinhou.

E até as estruturas da Igreja, normalmente mais sólidas, construídas com materiais mais resistentes, também ficaram destruídas. “Nós temos perto de meia centena de igrejas destruídas, desde a sede paroquial às igrejas das comunidades cristãs”, revelou o bispo, que deu como exemplo da destruição causada pelos fortes ventos e chuva inclemente “o Centro de Promoção Maria Mazzarello, das Irmãs salesianas, em Chiúre a Igreja de Namuno, assim como, também nesta localidade, a casa das Irmãs, o internato feminino, a escolinha e a casa dos padres”. “A grande preocupação, agora, é com o futuro imediato destas populações”, assinalou.

Nas últimas horas, o mau tempo também atingiu a Diocese de Tete. E D. Diamantino Antunes, bispo daquela diocese também relatou à Fundação AIS “chuvas muito intensas, embora a força do vento tenha abrandado”,

O bispo de Tete alertou para o risco de “inundações e de deslizamento de terras” e referiu que “o Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique alerta as populações para terem em atenção todas as medidas de segurança”.

Face à dimensão desta “tragédia”, o bispo de Pemba lembra o sofrimento do povo de Cabo Delgado e pede ajuda, porque “até os campos de deslocados, que abrigam as vítimas dos ataques terroristas que desde 2017 fustigam a região, ficaram também destruídos”. “É um duplo sofrimento”, diz D. António Juliasse.

“Faço o apelo para todos aqueles que podem ajudar, para nos apoiarem aqui em Cabo Delgado a minorar este sofrimento. Eu agradeço antecipadamente qualquer tipo de apoio, qualquer tipo de ajuda que pode vir em socorro deste povo que agora ficou sem casa, sem teto, sem alimentação, sem água”, pede o bispo de Pemba.

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