20 dez, 2024 - 17:18 • Maria João Costa
Cantaram para milhares no Campo da Graça, na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), mas tinham vontade de levar o projeto mais longe, e hoje estão a lançar o disco.
“Isaías e a Fragilidade” é o segundo disco do padre Duarte Rosado, em que o chão são as palavras do profeta Isaías. As gravações aconteceram no estúdio do músico Pedro Abrunhosa e resultaram em 10 canções.
São músicas que foram gravadas “live on take”, explica o sacerdote jesuíta em entrevista à Renascença. O coordenador da Pastoral Juvenil e Vocacional indica que o trabalho em estúdio “foi intensíssimo” e para ele teve a colaboração do padre João Goulão, o diretor do CUPAV – o Centro Universitário Padre António Vieira.
“Foram dois, três takes para cada canção e gravado live! Tudo o que foi gravado no disco, foi ao mesmo tempo.”
O padre Duarte Rosado considera que esta forma de gravação confere ao disco muita orgânica, sem receio de mostrar a fragilidade ou as imperfeições. “Eramos 39 ali a fazer barulho”, diz com riso na voz e confessa “não está tudo perfeitinho e afinadíssimo”.
“Os tempos vão flutuando. Há música que começam mais lentas e acabam mais rápidas, mas acho que isso dá-lhe vida!”, afirma o padre cantor e compositor. O disco, que fica disponível esta sexta-feira nas plataformas digitais, nasceu há mais tempo.
Em 2010, “para a missa nova de um amigo jesuíta”, o padre Duarte Rosado compôs a primeira música a partir das palavras de Isaías. O primeiro disco, “Um Grito chamado Isaías” saiu em 2021
Questionado sobre o porquê de usar as palavras bíblicas, o padre Duarte Rosado explica que eram palavras que o “tocavam” e que lhe diziam “alguma coisa”. “É um livro inacreditável”, refere, explicando que há partes que são em poesia e outras em prosa e sentiu necessidade de partilhar isso, e a música foi um veículo.
“A música tem este condão de entrar mais diretamente, porque mexe com os afetos e as emoções. Um texto escrito não tem tanta facilidade de entrar nos corações. A música e a arte em geral têm este poder incrível de mexer com as entranhas. Um texto destes, aliado à música poderá ter essa força”, aponta.
Agora que lança o novo disco e enquanto espera a receção, o padre Rosado confessa que gostava que o projeto fosse mais longe. “As canções que escrevi, acho que são canções não explicitamente religiosas. Está lá Deus muito entranhado, está lá implícito. Era bonito que isto pudesse chegar a mais lugares”.
Para já, sonham com um concerto em Lisboa e outro no Porto, diz o jesuíta, que gostava poder voltar a cantar e a tocar com estes jovens músicos com que partilhou este projeto musical.
Veja aqui a sessão ao vivo de apresentação no novo álbum “Isaías e a Fragilidade”, a partir das 21h00.