24 dez, 2024 - 19:39 • Aura Miguel
“Esta é a noite em que a porta da esperança foi escancarada para o mundo; esta é a noite em que Deus diz a cada um: há esperança também para ti!”, disse Francisco na homilia da missa de Natal.
Depois da cerimónia de abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, o Santo Padre deu início ao novo Jubileu, passando através de uma porta lateral, habitualmente emparedada, e só aberta de 25 em 25 anos para a celebração do Jubileu.
Desta vez, o Ano Santo de 2025 é dedicado à Esperança, para “que não nos arrastemos nos hábitos, que não nos detenhamos na mediocridade e na preguiça, para que nos indignemos com as coisas que não estão bem e tenhamos a coragem de as mudar e nos façamos peregrinos em busca da verdade, da paz e da justiça”, disse Francisco na homilia.
O Papa sublinhou que o tempo jubilar implica uma renovação espiritual e um maior compromisso para transformar o mundo a favor “da nossa mãe Terra, desfigurada pela lógica do lucro” e espera que o alcance deste Jubileu sirva também “para os países mais pobres, sobrecarregados de dívidas injustas e para todos aqueles que são prisioneiros de antigas e novas escravidões”.
Francisco também propôs a todos o compromisso de levar a esperança onde ela se perdeu: “Onde a vida está ferida, nas expectativas traídas, nos sonhos desfeitos, nos fracassos que despedaçam o coração; no cansaço de quem já não aguenta mais, na solidão amarga de quem se sente derrotado, no sofrimento que consome a alma; nos dias longos e vazios dos encarcerados, nos aposentos estreitos e frios dos pobres, nos lugares profanados pela guerra e pela violência”.
Depois abrir e atravessar a Porta Santa, alguns convidados de outras igrejas cristãs de Roma, seguiram o Papa. Um comunicado da Santa Sé refere que se tratou de um gesto de hospitalidade e alegre partilha pela inauguração do Jubileu e uma expressão da fé comum em Jesus Cristo, “a Porta através da qual entramos para a vida”. Gesto, no entanto, que "não deve ser interpretado como tentativa de os associar ao Jubileu, como a indulgência jubilar, pois não estão em consonância com as práticas das respetivas comunidades”, esclarece o comunicado.