06 mar, 2018 - 13:08
O diretor de comunicação do Sporting, Nuno Saraiva, implicou, em reação à detenção do assessor jurídico da SAD do Benfica, Paulo Gonçalves, por suspeitas de corrupção ativa, que o clube encarnado poderia ter tentado obter sucesso desportivo por meios ilícitos.
Em causa está uma rede montada junto do sistema judicial para recolher informações de processos que decorrem no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa sobre o clube. Paulo Gonçalves é suspeito de distribuir prendas a funcionários judiciais para obter informações de processos.
No Facebook, Nuno Saraiva implica que o Benfica poderá ter usado métodos ilegais com o propósito de conquistar títulos: "Se houve, alegadamente, disponibilidade para 'comprar' elementos da justiça com o objectivo de controlar as investigações, imagine-se o que, alegadamente, [os encarnados] não estiveram dispostos a fazer para ganhar campeonatos?"
Saraiva desvia os holofotes para Vieira
O dirigente leonino alega que Paulo Gonçalves não deverá ter agido por conta própria e aponta o dedo ao presidente do Benfica.
"Se for verdade que o assessor jurídico da SAD do Benfica corrompeu a justiça para ter acesso a informação privilegiada e monitorizar as investigações em curso, isto significa que não era apenas ele mas toda a sua estrutura que o estava a fazer, a coberto de uma ordem superior que, não é difícil de adivinhar, tem um nome: Luís Filipe Vieira", assinala.
O diretor de comunicação leonino lamenta "a degradação que o futebol português atingiu", mas mostra-se pouco surpreendido: "Andamos há 5 anos a denunciar vouchers, e-mails, jogos para perder e outros compadrios no futebol português que envolvem sempre os mesmos."
Nuno Saraiva pede que "este seja apenas o primeiro de vários passos concretos no sentido de que se faça justiça" e que Paulo Gonçalves não seja "um bode expiatório de maneira a que a floresta seja salva pelo derrube da árvore". "Mas uma coisa é certa: A Liga, a Federação, o Governo e o IPDJ não podem continuar a assobiar para o lado e a fingir que nada se passa", remata.