31 jul, 2015 - 15:24
Uma vacina experimental contra o vírus ébola revelou-se 100% eficaz após testada em mais de quatro mil pessoas contagiadas na Guiné-Conacri, anunciou esta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde.
"Uma vacina eficaz contra o vírus do Ébola encontra-se [agora] disponível a nível global", lê-se no comunicado divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que indica "um avanço muito promissor".
Os primeiros resultados publicados na revista científica do Reino Unido, The Lancet, revelam que a vacina VSV-ZEBOV demonstrou uma eficácia de 100% durante os dez dias seguidos em que foi aplicada numa pessoa não contagiada, mas a coabitar com pessoas infectadas, salienta o documento.
A vacina foi desenvolvida pela Agência de Saúde Pública canadiana (PHAC, na sigla inglesa) e a licença foi registada pelos laboratórios norte-americanos Merck e NewLink Genetics Corp.
O teste foi conseguido devido a uma grande cooperação internacional que envolveu a OMS e especialistas da Noruega, França, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Guiné-Conacri.
"Se os resultados [continuarem] a confirmar-se esta nova vacina poderá ser a cura milagrosa contra o ébola e contribuir para parar o surto actual e, futuramente, erradicar epidemias deste tipo", salientou, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Borge Brende.
A epidemia do ébola na África Ocidental, a mais grave após a identificação do vírus na África Central em 1976, começou em Dezembro de 2013 no sul da Guiné-Conacri, tendo causado 11.279 mortos em 27.748 casos, segundo os dados da OMS.
Mais de 99% das vítimas concentram-se na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, onde o surto da doença desorganizou os sistemas de saúde, devastando as economias e fazendo fugir os investidores.
A vacina VSV-ZEBOV fazia parte de uma das duas vacinas mais avançadas contra o vírus do ébola, tendo a outra sido desenvolvida pelo laboratório inglês GSK (GlaxoSmithKline) em parceria com o Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID na sigla inglesa), e testada na Libéria.