Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Anatomia de um hit

Esmiuçámos “Hello” de Adele (e talvez nunca mais o ouça da mesma forma)

30 out, 2015 - 10:59 • Maria João Cunha , Inês Rocha

Porque é que o povo e a internet andam loucos com uma canção? André Tentugal, dos We Trust, explica.

A+ / A-
Esmiuçámos o novo single de Adele (e talvez nunca mais ouça “Hello” da mesma forma)
Esmiuçámos o novo single de Adele (e talvez nunca mais ouça “Hello” da mesma forma)

Bateu todos os recordes no YouTube. Pelo menos na estreia, estrondosa: mais de 27 milhões de visualizações no primeiro dia. E a cada hora, caía mais um milhão de cliques na contabilidade de “Hello”.

Na verdade, o novo “single” de Adele está longe do grande recorde de “Gangnam Style”, o inopinado “hit” do sul-coreano Psy, visto 2,4 mil milhões de vezes em três anos. Mas promete: é mesmo a estreia mais vista de sempre na era dos vídeos musicais “online”.

Ao fim de sete dias nas redes (foi lançado a 23 de Outubro), já leva mais de 146 milhões de visualizações. Será o “single” mais rapidamente vendido no Reino Unido em 2015, segundo a revista Billboard. Passou a primeira semana no top do iTunes em mais de 100 países. E assim vai lançado a caminho de todos os “tops”.

“Hello” abre alas ao regresso da cantora britânica depois de um muito debatido hiato, sobretudo por se tratar de cantora em ascenção. O último álbum de originais, "21", já tem quatro anos. Entre esse e o primeiro, "19" (sim, Adele põe a sua idade nos títulos dos álbuns), passaram três anos. "25” é agora lançado a 20 de Novembro. E as expectativas, como se sabe, gerem-se.

A última vez que lhe ouvimos uma melodia nova foi quando se estreou o último filme de James Bond (em 2012) – e já há mais um “007” prestes a estrear-se. E depois de “Skyfall”, alguma reclusão e tempo para a maternidade (de que Adele falou, agora, sem papas na língua), é isto. Há quem garanta que é a imagem de diva reservada a dar os seus frutos.

Mas é só por isso que a internet anda louca com esta canção? Que mel tem “Hello” para se colar a tantos ouvidos? Uma e outra – e outra vez?

Desafiamos André Tentugal, autor de “hits” à escala portuguesa como “We Are The Ones” ou “Time (Better Not Stop)”, a tirar as medidas à música. E a desconstruir a fórmula de um sucesso à escala global.

O criador do projecto We Trust é também um dos mais requisitados realizadores do momento na cena musical portuguesa – de “videoclips” ou de concertos tornados DVD, como os de Jorge Palma & Sérgio Godinho, David Fonseca ou Diogo Piçarra.

Tem olho treinado, por isso, para analisar também o tal “videoclip” mais visto na estreia. Um “Hello” a lembrar o outro, tão “eighties”, de Lionel Richie – que até replicou um “mashup” em que Adele lhe desliga um telemóvel antiquado na cara.

Toda esta análise e um extra: o factor-surpresa. André Tentugal veio para os estúdios da Renascença sem ter ouvido o novo “single” de Adele.

Deixamos, por isso, um aviso: se vir este vídeo pode nunca mais ouvir “Hello” da mesma forma.
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Vasco
    05 nov, 2015 Porto 01:11
    Estou com o Francisco, deviam fazer um programa semanal com o André! muito bom, fartei-me de rir ao mesmo tempo que a informação foi bem passada. O factor primeira vez foi bom. Gostos não se discutem, mas com humor se podem criticar pormenores tecnicos. Boa.
  • Francisco
    04 nov, 2015 Porto 16:53
    Isto é fabuloso! Deviam fazer um programa semanal com o André a esmiuçar mais músicas. Finalmente uma coisa 100% nova na rádio. Parabéns Renascença!
  • Lucas Balmant
    31 out, 2015 Curitiba 06:12
    O tipo de critica que busca se sobre sair mais que a musica. Porque não ceder e afirmar a genialidade de uma cantora e de uma boa produção? Não sou um crítico famoso ou um expert no assunto, contudo, sou humilde e confesso que a música se equipara com o vídeo clipe. A música inicialmente foi muito bem estruturada com notas altas e baixas, quebra de ritimo e intercalações bem estruturadas entre o piano, instrumento principal, e o vozeirão da Adele. O vídeo em tom sépia conta uma narrativa envolvente e a dramatização, intimista e pessoal corresponde as exigências da música. Ressalto ainda que a música não é apenas uma história de amor fictícia ao estilo Tayor Swift, pelo contrário, a cantora também busca reatar os laços com seus fans que a aguardaram durante esse período de hiato. A Adele realmente diz "hello" ao mundo e entrega seu coração. E eu digo: seja bem vinda Adele, pois o mundo a espera e necessita de sua voz distinta.

Destaques V+