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Dois mil anos de falcoaria no Museu do Oriente

21 nov, 2015 - 13:40

Exposição "A Arte da Falcoaria de Oriente a Ocidente" reúne pinturas, gravuras, esculturas, têxteis, azulejos e equipamentos, fotografias e vídeos provenientes de museus, fundações e coleccionadores privados, nacionais e estrangeiros.

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Dois mil anos da prática da falcoaria estão em exposição no Museu do Oriente, em Lisboa. São 180 objectos e peças de arte que traçam o percurso desde o surgimento à actualidade.

A exposição "A Arte da Falcoaria de Oriente a Ocidente" reúne pinturas, gravuras, esculturas, têxteis, azulejos e equipamentos, fotografias e vídeos provenientes de museus, fundações e coleccionadores privados, nacionais e estrangeiros.

Nesta mostra, a arte do treino e caça com falcões é apresentada em seis núcleos, integrando 180 objectos e obras de arte, alguns dos quais nunca antes expostos ao público, parte deles referentes a Portugal.

Classificada em 2010 como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, a falcoaria nasceu no continente asiático há 2.000 anos, acompanhando a sua expansão por toda a Europa, onde continua viva nos dias de hoje.

O primeiro núcleo da exposição - "Ornitologia e Falcoaria" - é uma introdução às espécies, características e estratégia de caça, com destaque para aves autóctones, como o falcão Tagarote ou a quase extinta águia Imperial, apresentada num exemplar naturalizado, do século XIX.

Na mostra, comissariada pela historiadora Natália Correia Guedes, são exibidos - pela primeira vez - desenhos de várias espécies destas aves, da autoria dos príncipes D. Pedro e D. Luís.

O núcleo "Falcoaria no Oriente - Prática Histórica" apresenta as origens do adestramento de falcões para a caça, uma tradição entre os beduínos nómadas do Norte de África como recurso alimentar, mas também, pelas cortes da Pérsia, Japão e China, como marca de distinção social.

Símbolo de beleza e altivez, o falcão surge representado nas artes decorativas e plásticas, como na Antologia de Iskandar, (Pérsia, 1410-1411) ou nas gravuras japonesas de Ando Hiroshige (Japão, século XIX).

As melhores aves eram oferecidas de presente a reis e príncipes, viajando entre cortes com um pequeno séquito, como se fossem embaixadores.

A prática histórica da falcoaria em Portugal e a actividade da Falcoaria de Salvaterra de Magos, desde meados do século XVI até à sua extinção em 1821, são exploradas nos núcleos seguintes.

São apresentados nesta exposição - patente até Março de 2016 - vários equipamentos usados no treino do falcão, bem como na caça, a par de documentação histórica.

A falcoaria é uma prática que continua viva em mais de 60 países, que se traduz em saberes, objectos e vivências culturais, bem como um forte cariz ecológico, a exposição retrata a prática actual, na Ásia, do Turquemenistão a Marrocos, e Portugal, incluindo a aprendizagem entre as novas gerações e a actividade dos falcões no controlo aéreo.

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