11 jan, 2016 - 09:59
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David Bowie tornou-se num dos músicos mais influentes de sempre, com um estilo ímpar que nunca deixou de reinventar. Nascido David Robert Jones, a 8 de Janeiro de 1947, construiu uma das carreiras mais veneradas e imitadas da indústria do espectáculo, que o colocou no pedestal das lendas da música.
David Bowie era camaleónico, provocador, enigmático e inovador. Autobaptizou-se Bowie, em 1965, para evitar confusões com Davy Jones, vocalista dos The Monkees, banda rival dos The Beatles.
Em 1969, chega o seu primeiro sucesso, com "Space Oddity", sobre a história de Major Tom, um astronauta que se perde no espaço. E os anos 1970 viram-no dominar o panorama musical britânico e conquistar também os Estados Unidos da América.
Estudante de budismo e mímica, o multifacetado David Bowie foi actor, produtor discográfico e venerado como ícone de moda pela tendência para provocar por via da indumentária.
Autor de álbuns aclamados como "Heroes" (1977), "Lodger" (1979) e "Scary Monsters" (1980), o artista, radicado em Nova Iorque há anos, chegou ao topo da indústria a 6 de Junho de 1972 com "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spider From Mars".
O disco (vulgarmente conhecido como “Ziggy Stardust”) relata a inverosímil história de um extraterrestre bissexual e andrógino transformado em estrela de rock e reuniu duas das obsessões do cantor: o teatro japonês kabuki e a ficção científica.
Foi a primeira das muitas personalidades que Bowie adoptou ao longo da carreira.
Em 1975, chegou o primeiro êxito nos Estados Unidos, com o single "Fame", que co-escreveu com John Lennon, e também graças ao disco "Young Americans".
Dois anos depois, chegou o minimalista "Low", a primeira de três colaborações com Brian Eno, conhecidas como a "Trilogia de Berlim", que entraram no "top" 5 britânico.
Ao lugar cimeiro da tabela musical no seu país chegou ainda com "Ashes to Ashes", do álbum "Scary Monsters (and Super Creeps)", colaborou com os Queen no êxito "Under Pressure" e voltou a triunfar comercialmente em 1983 com "Let's Dance".
Em 2006, anunciou um ano sabático e desde então muitos fãs choraram a prolongada ausência que deu azo a todo o tipo de rumores sobre a sua saúde.
Ainda assim, no mesmo ano, apareceu de surpresa num concerto de David Gilmour (Pink Floyd) no Royal Albert Hall de Londres e colaborou no álbum de canções de Tom Waits, que a actriz norte-americana Scarlett Johansson publicou em 2008.
David Bowie regressa em 2013, aos 66 anos, com "The Next Day", um disco produzido pelo veterano Tony Visconti, o seu homem de confiança que enamorou a crítica com típicos elementos “bowinianos”.
Um ano depois, pôs no mercado a antologia "Nothing Has Changed", com a qual celebrou meio século de carreira.
Na sexta-feira, dia do seu 69º aniversário, lançou "Blackstar", em que surge como um músico ainda apostado em surpreender ao enveredar por alguma experimentação jazz.
Surgido sob o signo de uma misteriosa estrela negra ("Blackstar"), o álbum (o 25º) é atravessado por baterias epilépticas, por correntes e explosões de saxofones (o primeiro instrumento de Bowie) e por uma voz de veludo que transmite ora doçura, ora inquietação em surdina.
O magnetismo e inesgotável força comercial de Bowie, que vendeu aproximadamente 136 milhões de discos em todo o mundo, fazem a sua última etapa no museu londrino Victoria & Albert, que lhe dedica uma extensa exposição, em que se explora a sua influente carreira através de 300 objectos seus, seleccionados dentre mais de sete mil.
David Bowie lutava há 18 meses contra um cancro. Era casado desde 1992 com a modelo somali Iman, com a qual teve uma filha, Alexandria Zahra "Lexi" Jones, e tem outro filho, Duncan Jones, fruto de um primeiro casamento com Angela Bowie.
Morreu no domingo, dia 10 de Janeiro.