18 fev, 2016 - 10:59
“Hope of a new life”, Warren Richardson
O fotógrafo Warren Richardson venceu o Grande Prémio do concurso World Press Photo (WPP) 2016, numa edição em que o fotojornalista português Mário Cruz também foi premiado, revelou a organização esta quinta-feira.
O júri da 59.ª edição do WPP escolheu uma reportagem fotográfica do australiano feita em Agosto de 2015, que acompanhou um grupo de refugiados na fronteira entre a Sérvia e a Hungria.
A foto, intitulada “Hope of a new life” (esperança de uma nova vida), foi tirada de noite. A imagem a preto e branco mostra um homem a passar um bebé pelo buraco na vedação de arame farpado.
O trabalho valeu-lhe o grande prémio e também o primeiro prémio na categoria "Spot News".
Um português em destaque
O fotojornalista Mário Cruz, da agência Lusa, venceu o primeiro prémio na categoria "Contemporary Issues", com uma reportagem sobre tráfico e exploração de trabalho infantil no Senegal - "Talibes, Modern-day Slaves" (talibes - os escravos diários modernos).
O português fotografou os "talibés" no Senegal e na Guiné-Bissau, rapazes entre os cinco e os 15 anos que vivem em escolas islâmicas e que, a pretexto de receberem uma educação corânica, são obrigados a mendigar pelas ruas, entregando os seus ganhos aos professores, que muitas vezes lhes batem e os violam.
Alguns são confiados a estes falsos mestres pelos pais, sem meios para lhes garantirem outro tipo de educação, muitos são raptados.
O trabalho publicado na “Newsweek” é um testemunho das condições em que vivem algumas das crianças que são exploradas numa rede criminosa de exploração infantil.
Nascido em Lisboa em 1987, Mário Cruz é fotojornalista da agência Lusa desde 2008. Em 2014 venceu o prémio de fotojornalismo da Estação Imagem Mora, com a reportagem "Cegueira recente".
No ano passado, a reportagem "Roof", sobre a crise em Portugal, retratando a realidade de quem vive em locais abandonados de Lisboa, valeu-lhe o prémio Magnum "30 Under 30" e esteve em destaque no “New York Times”.
Nas fotografias premiadas nesta 59ª edição sobressaem dois acontecimentos: a guerra na Síria e a crise dos refugiados.
Mais de 5.700 fotógrafos de 128 países submeteram trabalhos, num total de quase 83 mil imagens. Quarenta e um profissionais foram premiados.