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Depois dos "smartphones", vem aí o "boom" da "internet das coisas"

23 fev, 2016 - 14:28 • Cristina Nascimento

Ténis, frigoríficos, sofás. As coisas que antes eram "mudas" estão a ganhar conectividade. Em Barcelona, na principal feira de telecomunicações da Europa, fala-se disso e de uma realidade virtual cada vez mais real.

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O crescimento dos telemóveis em larga escala parece ter os dias contados. De acordo com um estudo apresentado esta semana pela GSMA, entidade que representa centenas de operadoras de telecomunicações de todo o mundo, nos próximos cinco anos, cerca de 5,6 mil milhões de pessoas serão assinantes de serviços de operadoras de telecomunicações, o que representa 72% da população mundial. Ainda assim, isto significa um crescimento de apenas nove pontos percentuais, uma vez que, no fim de 2015, 63% da população mundial já tinha telemóvel.

Depois dos telemóveis, o que vem aí no mundo da tecnologia? O director da revista “Exame Informática”, Pedro Oliveira, parece não ter dúvidas: “a internet das coisas”.

Pedro Oliveira está por estes dias em Barcelona no World Mobile Congress (WMC), a maior feira de telecomunicações da Europa e uma das maiores do mundo.

O jornalista conta à Renascença o que vê pelos corredores. “Nota-se claramente que a internet das coisas é uma das grandes apostas”, afirma. Internet das coisas? “É a capacidade de comunicação de uma série de objectos que até hoje estavam 'mudos' e que agora vão passar a recolher informação e a providenciar essa informação para que nós possamos realmente melhorar tendo em conta os dados que são recolhidos”, explica.

Pedro Oliveira dá alguns exemplos de coisas que podem ganhar com a ligação à internet. “O frigorífico, o microondas, o sofá, coisas que nós já temos hoje estão a ganhar capacidade de conectividade. Há tecnologia que está a ser integrada nesses objectos e que permite que recolham informação e depois a passem, por exemplo, para aplicações que temos no telemóvel”, detalha.

Depois, a ideia é tornar essa informação em algo útil para os utilizadores. “Por exemplo, se tivermos uns sensores colocados nos ténis, é assim que percebemos se, quando andamos, estamos a colocar o pé da melhor forma e se, ao fazê-lo, por exemplo, não estamos a provocar um desvio da coluna”, adianta.

Além da internet das coisas, também é visível a aposta nos “wearables”. “Há muitos relógios, muitas pulseiras”, diz Pedro Oliveira. Ainda assim, o especialista não viu nenhum dispositivo que se assuma como substituto do telefone.

O real é virtual

Outra tendência visível nos corredores da WMC é a realidade virtual. Um dos momentos mais esperados da feira foi sintomático dessa aposta: o lançamento dos novos topos de gama da Samsung, o Galaxy S7 e S7 Edge.

“Foi um evento onde estiveram cinco mil pessoas entre jornalistas e parceiros do fabricante coreano e onde parte da apresentação ao público foi feita em realidade virtual”, descreve Pedro Oliveira.

A empresa sul-coreana disponibilizou cinco mil óculos de realidade virtual e, a dado momento, “os convidados tiveram que usar os óculos para, por exemplo, ver como é vão ser os mais recentes topos de gama deste fabricante”.

Foi neste evento da Samsung que apareceu o fundador da rede social Facebook, Mark Zuckerberg (a foto da aparição, colocada no Facebook de Zuckerberg, tornou-se viral).

A Facebook comprou a empresa Oculos, cuja tecnologia é usada nos óculos de realidade virtual comercializados pela Samsung. Zuckerberg quis “reforçar a aposta que a empresa coreana está a fazer na realidade virtual e que aquela que é a maior rede social do planeta também está a apostar fortemente”, diz Pedro Oliveira.

Comentários
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  • Tania
    25 fev, 2016 franca 14:10
    o futuro vai ser um paraiso para os hackers :)
  • 23 fev, 2016 16:19
    O que é que ténis tem de "mudo" ? Basta ver a Sharapova ou a Michelle Brito...

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