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Jihadismo radical: “A ameaça chegou ao nosso quintal”

14 abr, 2016 - 10:51 • Ana Rodrigues

Depois de 20 anos a estudar o fenómeno, o coronel de Infantaria Nuno Lemos Pires escreveu um livro onde apresenta estratégias para vencer grupos como a Al-Qaeda, o Boko Haram ou o Estado Islâmico.

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Nuno Lemos Pires é um coronel do Exército que se dedica há mais de 20 anos a estudar o fenómeno do jihadismo. O resultado é o livro “Resposta ao jihadismo radical” lançado esta quinta-feira, em Lisboa.

Nesta obra, o militar e historiador apresenta políticas e estratégias para vencer grupos como a Al-Qaeda, o Boko Haram ou o Estado Islâmico.

Porque “a ameaça chegou ao nosso quintal”, já não é possível virar a cara e fingir que não se passa nada, alerta em entrevista à Renascença. A urgência de apresentar uma resposta ou várias respostas levou-o a escrever este livro, que começa por mostrar como aqui chegámos.

“Há três factores potenciadores que estão na origem daquilo que estamos a viver: alterações climáticas, pressão demográfica e uma enorme crise de valores, sistema de valores”, elenca Lemos Pires, sublinhando que o jihadismo ganha contornos cada vez mais dramáticos e chegou ao coração da Europa.

Mas qual o trunfo dos grupos radicais? Os recrutadores fornecem um sentido de vida aos jovens que vivem completamente desapegados, não têm emprego, sem esperança de integração social, que são mal tratados pelo sistema. “De repente aparece-lhe alguém que lhes dá uma ideia de pertença, poder, família, dá-lhes a organização e dá-lhes explicações muito simples”.

Resta saber, refere o autor, “se os europeus vão ser capazes de estar à altura e trabalhar em conjunto. Já que uns estão mais preocupados e empenhados que outros”.

Para este coronel de Infantaria é preciso entender “que não há uma resposta só politica, só militar ou só económica. O problema só se resolverá com muita persistência ao longo dos próximos anos”.

Uma estratégia em três palavras

Neste livro propõe uma estratégia imediata que pode ser resumida em três palavras: “drones, loans and phones”.

“O uso de drones (elementos não tripulados) num combate indirecto para se ter a certeza que quem está a fazer este tipo de acção não se pode sentir à vontade para o fazer. Loans está relacionado com o fluxo de dinheiro, que tem de ser controlado. A última é phones - expressão que quer dizer telefones, comunicações - porque como é óbvio é preciso um grande controlo sobre as comunicações destes grupos de e para fora na propaganda e na contra propaganda, na informação e nos media e na comunicação entre os próprios grupos terroristas”, explica.

Nuno Lemos Pires lembra que o “problema do jihadismo radical tem tanto tempo como o Islão”. Uma resposta só pode ser abrangente e direccionada no tempo. Uma tarefa “ para as duas próximas gerações”.

Comentários
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  • amorabe
    15 abr, 2016 Gondomar 16:17
    Caro Nuno Pires, com toda a complexidade do jihadismo, acredito nos tópicos base do seu livro e particularmente nas ferramentas "drones, loans and phones", pois são a realidade da geração actual. Mostra estar atento ao Mundo, desejo-lhe valentia militar.
  • David Esteves Silves
    15 abr, 2016 Viseu 12:02
    Caro Coronel, não desista, em frente, para bem da humanidade, da Europa e acima de mais da nosso Pátria que tanto ama
  • Sofia
    15 abr, 2016 coimbra 11:56
    Eu concordo totalmente com a teoria do Sr. lui.
  • Ah pois é!
    14 abr, 2016 Lisboa 17:56
    Como este senhor passou 20 anos a estudar, ao serviço do exercito português, no qual trabalha em exclusividade e dedicação, e pago por nós, é de crer que os lucros do livro revertam para o estado português. Certo???
  • Jardim
    14 abr, 2016 Espinho 16:47
    O que quererá dizer o Almocreve com " E muito mais sendo... Coronéis..." ? Que eu saiba os postos militares não definem por si só o QI do militar. Não se poderá dizer que todos os professores universitários estão dotados de competências iguais e habilitados a ensinar sobre toda e qualquer matéria. Existem militares com uma enorme diferença de competências mesmo em cada posto. Os militares apesar de terem menos direitos e mais deveres que o comum cidadão, desde que autorizados superiormente, podem opinar sobre matérias do seu interesse pessoal e, no caso deste militar, para as quais adquiriu competências devidamente certificadas pelo curso na Academia Militar e pela eventual licenciatura em História (não conheço as habilitações do militar em questão, até pode ter outras habilitações e até superiores). O Almocreve demonstra "dor de cotovelo"!
  • Pinto
    14 abr, 2016 Custoias 16:43
    Através das offshores os jihadistas têm os cofres cheios.
  • Jardim
    14 abr, 2016 Espinho 16:24
    Maomé inventou o Islamismo há cerca de 14 séculos no século VII. Os seus crentes invadiram a Europa no século VII e criaram Califados na Península Ibérica durante mais de 7 séculos. Ainda não passaram outros tantos séculos desde que foram expulsos do sul da atual Espanha. Serão as próximas duas gerações capazes de erradicar o Jihadismo? Não me parece...
  • Lui
    14 abr, 2016 Lisboa 15:57
    O Afonso Henriques só com uma espada resolveu o problema...
  • Gabriel Branco
    14 abr, 2016 Lx 15:45
    A verdadeira causa de tudo e' sempre omitida; o problema israelo-palestiniano como simbolo da politica Europeia catastrofica para a Asia mais proxima. Sem se encararem sequer os problemas sera impossivel resolve-los.
  • José Saraiva
    14 abr, 2016 Viseu 15:38
    ..."o problema tem tanto tempo como o islão"...correcto, mas porque só agora??..fácil, como dizia em 1985 um ex-espião do KGB, ..."bastam 2 a 3 gerações criadas com IDÉIAS ESQUERDÓFILAS e teremos uma sociedade CONTAMINADA e DOENTE"...eis a verdade ...a sociedade europeia ESTÁ DOENTE ,logo exposta á qualquer tipo de enfermidade

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