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O Sequeira vai mesmo para o lugar certo. Campanha atinge meta de 600 mil euros

27 abr, 2016 - 12:25

Milhares de pessoas, anónimos e figuras públicas, contribuíram para a aquisição da "Adoração dos Magos" para o Museu Nacional de Arte Antiga, na primeira campanha de "crowdfunding" de um museu em Portugal.

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A campanha de angariação de fundos para comprar a tela "A Adoração dos Magos", do pintor português Domingos António Sequeira (1768-1837), ultrapassou os 600 mil euros, o valor necessário para a aquisição da obra, revelou esta quarta-feira fonte da organização.

De acordo com o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), a campanha "Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo", foi a primeira campanha em Portugal de angariação de fundos para a aquisição de uma obra de arte para um museu público, e contou com a contribuição de milhares de cidadãos a título individual, instituições, empresas, fundações, escolas, juntas de freguesia e câmaras municipais.

Lançada no ano passado, a campanha "Vamos pôr o Sequeira no Lugar Certo" tinha como objectivo ajudar o museu a adquirir a obra de Domingos Sequeira, pintada em 1828, da qual o MNAA possui o desenho final e vários preparatórios.

A tela de Domingos Sequeira - considerada "insubstituível" pelo museu - faz parte da série "Palmela", com quatro pinturas religiosas, e o MNAA possui, na sua colecção, os desenhos preparatórios de estudo de todas elas, mas não os respectivos óleos.

Quem comprou?

Para a campanha - que terminava no próximo sábado - contribuíram milhares de pessoas, desde muitos cidadãos anónimos a personalidades públicas como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o novo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e entidades privadas e públicas, a mais recente, da Fundação da Casa de Bragança, com 35 mil euros.

Uma das contribuições que o museu considerou ter dado "grande impulso" à campanha foi a da Fundação Aga Khan, de 200 mil euros, a maior doação registada.

De acordo com o site da campanha, contribuíram, entre outros, a Fundação Carmona e Costa e a Fundação Luso-Americana, o Automóvel Clube de Portugal, a associação AGIC de guias e intérpretes, os arquitectos Aires Mateus e a galeria Jorge Welsh, a Sociedade Portuguesa de Autores, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, a associação AGIC de guias e intérpretes, algumas autarquias, como o Município de Cantanhede, pioneiro na doação, e pequenas e médias empresas, de sectores que vão da hotelaria à produção audiovisual, passando pelos equipamentos médicos e instalações eléctricas.

Em Janeiro deste ano, o agrupamento de Escolas Domingos Sequeira, em Leiria, convidou os seus 2.800 alunos a ajudarem o MNAA a adquirir este quadro do seu patrono e, em Dezembro, a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias apelaram à participação das autarquias.

O MNAA tem no seu acervo cerca de 30 obras em pintura e desenho de Domingos Sequeira (1768-1837), cujo trabalho realizado, nas primeiras décadas do século XIX, se situa entre o classicismo e o romantismo, de um modo similar a Francisco de Goya, seu contemporâneo na cultura espanhola, segundo o museu.

Devido ao seu talento, Domingos Sequeira conseguiu protecção aristocrática e uma bolsa para se aperfeiçoar em Roma, onde privou com vários mestres e conquistou vários prémios académicos.

Marcelo satisfeito

O Presidente da República, que doou 150 euros para a compra do quadro, congratulou a equipa do MNAA pelo “sucesso da iniciativa”.

“Esta iniciativa ímpar teve o mérito de dar oportunidade a todos os portugueses, incluindo eu próprio, de contribuir para salvaguardar uma obra importantíssima de um dos maiores pintores portugueses, mantendo-a de facto no lugar certo. Hoje, o quadro de Sequeira é, finalmente, de todos os portugueses”, escreve Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no site da Presidência da República.

Comentários
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  • Carlos Gonçalves
    27 abr, 2016 Almada 22:20
    " salvaguardar uma obra importantíssima de um dos maiores pintores portugueses " até aí tudo bem, mas, 600 mil euros !? Essa quantia era bem doada a Escolas, Hospitais, instituições de caridade ( largas e globais ) e etc. Ok, tudo bem, eu é que ando esquecido e mente-capta que sou é que somos um País cultural com " gente " culta . Basta ver o Ministério da Cultura !! Será que existe desta vez neste Governo um " Ministro " para a dita pasta ? Após 42 anos de " democracia " a Pasta da Cultura de vários governos até hoje, o que fizeram para " cultivar " a sociedade portuguesa ? Nada, rien.. No Orçamento de Estado nestes anos todos ( 42 ) para o Ministério da Cultura era, e é 3% . Haja paciência .

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