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Sucesso da campanha “Vamos pôr o Sequeira no lugar certo” é vitória da cidadania

27 abr, 2016 - 22:44 • André Rosa

Obra-prima completa o acervo de desenhos e pinturas de Domingos Sequeira no Museu Nacional de Arte Antiga. Uma vez restaurada, será apresentada na Noite dos Museus, a 21 de Maio, para mais tarde integrar a nova exposição permanente do museu.

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O sucesso da campanha pública que permitiu adquirir o quadro “A Adoração dos Magos”, de Domingos Sequeira, é uma “esmagadora” prova de generosidade e um “acto de cidadania” que muitos duvidaram ser possível em Portugal, afirma o director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA).

Inédita em Portugal, a campanha “Vamos pôr o Sequeira no lugar certo” de angariação de fundos para a aquisição de uma obra de arte para um museu público “atingiu uma escala insólita e esmagadora”, destacou António Filipe Pimentel, numa conferência de imprensa com o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e vários parceiros da iniciativa.

António Filipe Pimentel lembrou que “nos dias iniciais, muitas vozes diziam que nós nunca iríamos chegar a bom porto porque os portugueses não têm a cultura necessária para se envolver numa campanha desta natureza”. O sucesso da iniciativa representa "um acto de cidadania que muitos não acreditaram que fosse possível em Portugal" e prova que os portugueses são uma “sociedade finalmente adulta”.

O novo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, considerou a iniciativa o exemplo de um “movimento de apropriação da cultura pelos cidadãos”.

A campanha começou a 27 de Outubro do ano passado e terminava no sábado, dia 30 de Abril. A meta dos 600 mil euros foi ultrapassada três dias antes do prazo.

Ao todo, contribuíram 172 entidades, mais de 15 mil particulares, anónimos e em grupos, o que tornou a iniciativa um caso de sucesso face às campanhas internacionais.

Liga dos Amigos do MNAA doa 5 mil euros

O movimento envolveu milhares de pessoas, entre instituições, empresas, fundações, escolas, juntas de freguesia e câmaras municipais. O Grupo de Amigos do MNAA – que celebrou esta quarta-feira 104 anos de existência como um grupo de amigos de museus mais antigo do mundo – anunciou a doação de mais cinco mil euros. O valor final da angariação da campanha será revelado dentro de uma semana, segundo informou o museu. O valor excedente permitirá a compra de uma nova obra.

Na ocasião, o ministro da Cultura manifestou a convicção de que iniciativas como esta podem replicar-se noutras instituições públicas, tendo esta campanha sido “exemplar de como se consegue mobilizar e sensibilizar a sociedade para a cultura".

A tela pintada a óleo "A Adoração dos Magos" (1828) foi pintada por Domingos Sequeira, nascido em Lisboa a 1765 e formado em Roma.

A obra-prima, que completa assim o acervo de desenhos e pinturas do autor no MNAA, fica exposta no átrio do museu até ao fim do mês de Abril e será depois alvo de trabalhos de conservação e restauro. Na Noite dos Museus, a 21 de Maio, é reapresentada ao público, numa festa marcada no museu. Em Julho, integra finalmente a nova exposição permanente que está a ser preparada no terceiro piso daquela instituição, na rua das Janelas Verdes.

"A Adoração dos Magos" fica de hoje em diante no património cultural do país, depois de ter estado cerca de 200 anos das mãos de privados.

Comentários
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  • Jorge Costa
    29 abr, 2016 VNGaia 01:35
    Porque não se faz o mesmo com os Mirós do ex-BPN?
  • fernando silva
    28 abr, 2016 coimbra 11:33
    Este caso relativo ao património nacional teve um fim feliz, no caso duma Senhora do Leite da autoria de Josepha de Óbidos que existia no Convento do Buçaco , avaliado em 100 mil euros, ele foi entregue á guarda duma fundação de curiosos, A Fundação Buçaco, e ardeu numa noite de Natal em 2013 com um curto circuito provocado por uma trovoada, segundo a justificação oficiosa. A Fundação, que não protegeu a obra, hoje na Europa nenhuma obra arde por aquele motivo, terá feito sim os festejos da época com velas de cheiros e cores , o que provavelmente provocou o fogo. Ninguém foi responsabilizado, porque nas fundações não há nenhum responsável para responder pelos atos e hoje continuam a destruir impunemente a floresta do Buçaco.

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