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Museu da Misericórdia do Porto é o Museu Português 2016

03 jun, 2016 - 20:05

O museu sucede assim ao Centro de Ciência do Café, em Campo Maior, e ao Museu do Benfica – Cosme Damião, em Lisboa, que venceram nos últimos dois anos.

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O Museu da Misericórdia do Porto foi esta sexta-feira distinguido com o Prémio Museu Português do ano 2016, atribuído pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM), anunciou esta entidade, numa cerimónia realizada em Lisboa.

De acordo com o palmarés anunciado esta sexta-feira pela APOM, o Museu Teatro Romano de Lisboa e o Museu Municipal de Leiria, que também estavam nomeados - além do Museu do Pinhel - receberam uma menção honrosa, nesta categoria, que distingue o melhor museu português do ano.

O Museu da Misericórdia do Porto, inaugurado em 2015 pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, no centro da cidade, revisita os 500 anos de história daquela instituição e apresenta uma mostra das suas colecções de arte.

O percurso museológico integra a Igreja da Misericórdia, construção do século XVI, que recebeu uma grande intervenção no século XVIII, protagonizada por Nicolau Nasoni, e a Galeria dos Benfeitores, exemplar da arquitectura do ferro e vidro da cidade.

A APOM, entidade dedicada à museologia, atribui os prémios anualmente, desde 1997, a museus, projectos, profissionais e actividades desenvolvidas no sector.

Os prémios são referentes ao ano anterior à atribuição.

Os vencedores e menções honrosas, num total de 26 categorias, foram anunciados durante a tarde, numa cerimónia realizada no Museu do Dinheiro, em Lisboa.

No ano passado, o vencedor de Melhor Museu Português foi o Centro de Ciência do Café, em Campo Maior, e em 2014 venceu o Museu do Benfica – Cosme Damião, em Lisboa.

Os prémios são atribuídos pela APOM, fundada em 1965, para incentivar o espírito de preservação e divulgação do património dos museus, segundo a associação, distinguindo ainda, entre outros, a melhor intervenção e restauro, o melhor catálogo, mecenato e projecto museográfico.

Prémio prestigiante

O provedor da Misericórdia do Porto, António Tavares, afirmou que o “prestigiante” prémio “reconheceu o impacto” que o museu teve para a cidade.

“Penso que é motivo de grande regozijo para todos nós e para todos aqueles que no dia-a-dia têm feito tudo para que o Porto seja um espaço agradável de visita e com atracções culturais” afirmou o provedor.

António Tavares disse ainda, em declarações à Lusa, que “o prémio acaba por reconhecer o trabalho da Misericórdia do Porto e o empenho na abertura e na divulgação do património”.

O Museu da Misericórdia do Porto reúne pinturas, paramentos, esculturas, peças de ourivesaria e documentos, com mais de 500 anos de história, e foi idealizado há mais de um século.

Inaugurado em Julho de 2015, o MMIPO foi o primeiro museu a ser instalado no centro histórico da cidade, e exibe o património da SCMP, recebido por herança ou por aquisições.

Na colecção acumulada desde o século XIV, destaca-se o quadro “Fons Vitae”, de autor desconhecido, e a pintura de Josefa de Óbidos “A Sagrada Família com São João Batista, Santa Isabel e Anjos”, adquirida em Janeiro, pela Misericórdia, num leilão da Sotheby's, em Nova Iorque, por 250 mil dólares (cerca de 228 mil euros).

Pensado pelo provedor da SCMP conde Samodães, há mais de cem anos, o Museu da Misericórdia do Porto foi instalado no edifício da rua das Flores que foi sede da instituição a partir de meados do século XVI até 2013.

No discurso da inauguração do Museu, o actual provedor, António Tavares, destacou o facto de o museu contribuir “de um modo decisivo para afirmar o processo de reabilitação” do centro histórico do Porto.
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