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Cancro da pele. Descoberta inovadora tem assinatura portuguesa

27 jun, 2016 - 16:00 • André Rodrigues

Tratamento de melanomas tem novas possibilidades, através do sistema imunitário do próprio paciente. Investigação foi publicada na revista “Nature”.

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Noel de Miranda, 33 anos, é investigador do Centro Médico da Universidade de Lleiden, na Holanda, e co-autor de uma investigação que aponta novas possibilidades para o tratamento do tipo mais perigoso de cancro de pele (melanoma) através do sistema imunitário do próprio paciente.

“Identificámos proteínas que estão mutadas nos tumores e que induziam a resposta do sistema imunitário”, começa por explicar à Renascença.

“Era algo que já se sabia que acontecia, das teorias de evolução, mas nunca tinha sido provado do ponto de vista genético”, acrescenta, adiantando que, com a descoberta, passa a ser possível “adaptar as estratégias de administrar imunoterapia nestes doentes”.

“O que fazemos actualmente é atacar alterações mais comuns ou as que conseguimos ver mais facilmente, mas deixamos escapar outras que não conseguíamos ver, porque não tínhamos tecnologia suficientemente avançada para fazer isso”, diz ainda.

A descoberta deu origem a um artigo publicado esta segunda-feira pela prestigiada revista científica “Nature”. E é a primeira vez que Noel de Miranda, que já foi premiado pela Associação Norte-Americana de Investigação do Cancro, publica um artigo nesta revista.

“Conseguir publicar na ‘Nature’ é um privilégio. A ‘Nature’, a ‘Science’ e a ‘Cell’ são o máximo que se pode atingir em termos de publicação e é sempre um orgulho muito grande”, reconhece.

“Mesmo assim, consigo ficar mais excitado pelas descobertas que fazemos no laboratório do que com a parte da publicação”, confessa.

Actualmente estima-se que, em Portugal, a incidência do Melanoma seja 10 novos casos por 100.000 habitantes, por ano, o que significa cerca de 1.000 novos casos, por ano, segundo os dado das Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.

“A incidência dos vários tipos de cancro da pele tem vindo a aumentar devido, essencialmente, à mudança de comportamentos a favor de uma exposição aos ultravioleta exagerada ou inadequada. A exposição solar lenta, progressiva e com protecção adequada poder ter vantagens clínicas mas a exposição repetida ou a abrupta e intensa além do fotoenvelhecimento precoce favorece os cancros da pele”, pode ler-se no site desta associação.

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