04 ago, 2016 - 13:37
Um investigador português "abriu portas" a novos tratamentos para o melanoma, cancro de pele, ao "provar" que o sistema imunitário obriga os tumores a adaptarem-se e a ganharem resistências graças a alterações genéticas, informa a Universidade do Minho (UMinho).
O estudo do ex-aluno Noel Miranda, recentemente publicado na revista “Nature”, "avaliou a interacção entre as células cancerígenas e o sistema imunitário de pacientes com melanoma em estado avançado submetidos a imunoterapia (tratamento para estimular os mecanismos de defesa)".
Segundo a nota divulgada esta quinta-feira, "concluiu-se que os tumores tendem a adaptar-se a médio prazo, alterando-se geneticamente e deixando, assim, de ser reconhecidos pelo sistema imunitário".
"Era algo que já se sabia que acontecia, das teorias de evolução clonal, mas nunca tinha sido provado do ponto de vista genético", acrescenta o comunicado, citando a tese de Noel Miranda, agora investigador do Centro Médico da Universidade de Leiden (Holanda).
O investigador acrescenta que, com esta descoberta, passa a ser possível "adaptar as estratégias de administração de imunoterapias e, deste modo, combater a doença de uma forma mais eficaz".
Actualmente são "atacadas" as alterações genéticas mais comuns, esclarece a UMInho, "mas o objectivo é desenvolver métodos que permitam lidar com a heterogeneidade dos tumores".
Além do investigador português, o trabalho envolveu investigadores da Universidade de Leiden, do Instituto Holandês de Cancro, do Hospital Universitário de Herlev (Dinamarca) e da empresa AIMM Therapeutics (Holanda).
Em Portugal surgem 1.000 novos casos de melanoma por ano.