13 out, 2016 - 15:22
Bob Dylan, Nobel da Literatura 2016, deu seis concertos em Portugal, os primeiros em 1993, no Porto e em Lisboa, e o último em 2008, em contexto de festival, em Algés.
A estreia em palcos portugueses aconteceu em Julho de 1993, no Coliseu do Porto e no Pavilhão de Cascais, com Sérgio Godinho e a norte-americana Laurie Anderson a assegurarem a primeira parte de ambos.
"No Porto, Bob Dylan chegou a passear sozinho pelas ruas da cidade, acompanhado apenas por um segurança". No concerto em Cascais, "apresentou versões praticamente irreconhecíveis das suas melhores canções", escrevia a agência Lusa na altura.
O autor de "The times they are a-changing", "Like a rolling stone" e "Just like a woman" regressou, em Abril de 1999, novamente para dois concertos no então Pavilhão Atlântico, em Lisboa, e, novamente, no Coliseu do Porto, na abertura de uma nova digressão europeia.
A agência Lusa escreveu então que Bob Dylan, "porta-voz da geração rebelde dos anos 60", actuou em Lisboa para "cerca de cinco mil pessoas que aplaudiram emocionadamente".
"Visivelmente satisfeito, com o suor correndo pela cara, Bob Dylan chegou a bambolear o corpo em solos de guitarra e nunca se zangou com os músicos", lê-se na notícia.
Em Julho de 2004, Dylan apresentou-se em Vilar de Mouros e, quatro anos depois, no festival Nos Alive, em Algés, para cerca de 20 mil pessoas.
"Durante toda a actuação, foram poucas as vezes que se virou para a audiência e só comunicou com o público quase no final do concerto. O único momento de grande comunhão com a audiência ficou reservado para essa altura, com a interpretação do clássico 'Like a Rolling Stone', que Dylan compôs em 1965", escreveu a Lusa.
A estreia de Bob Dylan em palcos portugueses deu-se em 1993, mas o músico tinha estado antes em Portugal, em 1965, com Sara Lownds - com quem casaria nesse ano -, imediatamente após o rompimento com Joan Baez.
De acordo com a biografia "Behind the shades", de Clinton Heylin, Bob Dylan esteve de férias em Portugal e, quando regressou a Londres, teve de ser hospitalizado por causa de uma intoxicação alimentar. Durante a recuperação, Bob Dylan escreveu 'Like a rolling stone'", uma das suas canções mais conhecidas.
Em 1976, Bob Dylan incluiu no álbum "Desire" a música "Sara", no qual tem uma referência a "beber rum num bar em Portugal".
Estão publicados em Portugal dois livros com letras de canções de Bob Dylan, que abrangem os álbuns publicados entre 1962 e 2001, pela Relógio d'Água ("Canções I e II"), enquanto o primeiro - e único, ainda - volume da autobiografia de Bob Dylan, "Crónicas", saiu pela Ulisseia, do grupo Babel, na colecção Afluentes da Memória.
Em 2007, a Quasi Edições publicou o livro de ficção "Tarântula", prosa-poema experimental de 1966, altura em que Bob Dylan editou o álbum "Blonde on Blonde" e teve um acidente de moto, que o obrigou a um período de recuperação.
Em 1993, a editora Fora de Texto, de Coimbra, publicou "No vento que passa", com poemas de Bob Dylan, com tradução de Graça Nazaré.
Bob Dylan, 75 anos, foi distinguido hoje com o Nobel da Literatura, por "ter criado novas expressões poéticas no âmbito da música norte-americana", justificou a Academia Sueca.