25 jan, 2017 - 17:28
O romance "1984", de George Orwell, subiu ao primeiro lugar das vendas da Amazon, depois de declarações incorrectas ou improváveis, proferidas pelo Presidente norte-americano Donald Trump, terem sido descritas como "factos alternativos", por assessores da Casa Branca.
Publicado pela primeira vez em 1949, o clássico romance, sobre uma sociedade que vive sob um regime político totalitário e repressivo, e em que os factos são distorcidos e suprimidos numa nuvem de "noticiários", chegou ao primeiro lugar do “top” de vendas da Amazon, depois de uma subida constante nos últimos dias, que o levou a superar a lista de ”best-sellers”.
As vendas dispararam depois a administração de Donald Trump ter declarado que a cerimónia de tomada de posse do novo Presidente dos EUA foi a mais vista de sempre, e de que milhões de votos ilegais foram lançados contra ele no outono passado.
A conselheira de Trump Kellyanne Conway argumentou, sobre a alegada presença de uma multidão a assistir à tomada de posse, tratar-se de “factos alternativos”, afirmação que trouxe a lume comparações com a obra “1984”.
Entretanto, a editora Penguin anunciou ter já mandado mandou imprimir, esta semana, 75 mil cópias do livro, para dar resposta à súbita procura, noticiou a CNN.
O livro de George Orwell não é o único título visionário a subir no 'top 100' da Amazon: o romance “It Can't Happen Here”, de Sinclair Lewis, publicado em 1935, sobre a eleição de um presidente autoritário, ascendeu ao 46.º lugar, e o “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, subiu ao 71.º, desde a passada sexta-feira.
O aumento de vendas também se refletiu no ensaio de Hannah Arendt "As origens do totalitarismo".