30 abr, 2017 - 10:30 • Sandra Afonso
Noni, camu-camu, clorela, baobab e spirulina podem parecer nomes estranhos, mas podem fazer a diferença na saúde de cada um. São nomes de alguns superalimentos que dão nome ao livro da nutricionista Mafalda Rodrigues de Almeida.
Com elevados níveis de nutrientes – como vitaminas, minerais ou fitoquímicos –estes alimentos prometem tornar a alimentação mais funcional e preventiva. E não deverão fazer parte de uma moda passageira.
Para reforçar o sistema imunitário, por exemplo, a nutricionista aconselha “chá verde, o matcha, que tem muitos antioxidantes; a spirulina, que tem um efeito desintoxicante; e o noni, uma baga pequena, que também alivia problemas de pele”.
Numa só refeição, podemos ter uma salada com abacate (que controla o peso e melhora a visão), lombo com romã (com propriedades anti-inflamatórias e que ajuda a regular a tensão arterial) e acabamos com mirtilos na sobremesa (que reduz o colesterol e é antioxidante).
Mafalda Rodrigues de Almeida, mestre em Políticas Alimentares, destaca ainda o efeito da alimentação durante o tratamento de doenças específicas. O cancro tem sido uma das mais estudadas, mas existem vários exemplos:
Existem ainda alimentos que ajudam a travar o avanço de Alzheimer, como as bagas de goji. A quinoa real tem efeitos antidepressivos e é um estabilizador de humor, as sementes de chia e o baobab ajudam a prevenir a diabetes tipo II e as nozes melhoram a memória.
Comer para me superar
O que comemos pode fazer a diferença quando temos metas para atingir, sejam elas académicas, desportivas ou outras.
Na altura dos exames, aumenta a procura por suplementos que ajudem os alunos a terem o melhor desempenho possível. Mas é possível ter o mesmo resultado com refeições mais criativas.
Mafalda Rodrigues de Almeida recomenda, nestes casos, “o noni, sobre a forma de sumo ou pó; o matcha, porque é um bom substituto do café e tem antioxidantes que ajudam a manter o sangue mais oxigenado – ficamos mais concentrados e com maior capacidade de memória e concentração; a spirulina, por ser desintoxicante e por reforçar o sistema imunitário, que nos deixa com mais energia e mais activos; a erva de trigo, que normalmente conseguimos encontrar em pó, excelente para adicionar a batidos no pequeno-almoço. É muito boa para melhorar a comunicação ao nível das sinapses cerebrais”, enumera a nutricionista.
Mais atentos ao que comem, os desportistas desde sempre se habituaram a conciliar a actividade física com a alimentação. Para quem quer ir mais além, a autora aconselha mais dois alimentos que rentabilizam os treinos: “sementes de cânhamo, da planta da canábis, com magnésio e muito ricas em gorduras e aminoácidos”, e quinoa, “um dos cereais mais proteicos, com digestão lenta e absorção de açucares mais equilibrada”.
As sementes de cânhamo, “podem comer como pré-treino”, acrescenta.
Para os idosos, Mafalda Rodrigues de Almeida recomenda a curcuma, “uma raiz muito parecida com o gengibre mas mais pequenina, com uma cor amarela/alaranjado, as pessoas podem colocar na comida, ralado, ou fazer um chá com a raiz”.
“A curcuma protege o sistema imunitário e é anti-inflamatória; é boa para artrite, artroses, problemas do foro reumático”, indica a especialista, que recomenda, como fonte de cálcio, “as couves, os agriões e os espinafres”.