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​“A Nini não é de ninguém” diz Paulo de Carvalho. José Cid responde: “Podem-na levar. Está velha"

22 mai, 2017 - 15:59 • Maria João Costa

“Duetos” é o disco com que Paulo de Carvalho assinala duas datas: os 70 anos de vida e os 55 anos de carreira. Respondendo a um desafio do filho Agir, Paulo de Carvalho aceitou fazer um álbum com alguns dos seus maiores êxitos cantados em dueto. De Diogo Piçarra a Rui Veloso, passando por Carlos do Carmo, Tozé Brito e José Cid, o disco revela os afectos do cantor português.

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“A Nini não é de ninguém” diz Paulo de Carvalho, José Cid responde: “Podem-na levar. Está velha, tem 75 anos, não nos interessa”. O tom divertido da conversa destes dois músicos amigos está gravado no tema “Nini dos Meus Quinze Anos”, um dos duetos do álbum com que Paulo de Carvalho celebra os seus 70 anos de vida e 55 de carreira.

O ambiente de estúdio está no disco agora lançado e que reúne temas incontornáveis de uma carreira de sucessos. Questionado sobre se “Duetos” é um disco de cumplicidades, Paulo de Carvalho responde “usando um termo que está muito em voga, este é um disco de afectos”.

Por trás deste projecto discográfico está o músico Agir, “para quem não saiba – o Bernardo”, o filho de Paulo de Carvalho. Aceite o desafio, Agir produziu o álbum que junta “dezassete cantigas” da vida de Paulo de Carvalho. Não faltam temas como “E Depois do Adeus” ou “Os Putos” que faz em dueto com Marisa Liz e o fadista Camané, respectivamente. Nas palavras do cantor “este disco permite agradecer a muito público que é o verdadeiro culpado” de 55 anos de carreira.

Os nomes para os duetos foram escolhidos por Agir. Paulo de Carvalho explica-nos contudo que estão lá cantores da sua geração como “Carlos do Carmo, ou da geração intermédia como o Rui Veloso e de uma nova geração que o Agir” lhe deu a conhecer. Exemplo disso é Diogo Piçarra que interpreta o dueto de “Flor Sem Tempo”. Entre as vozes escolhidas para este disco de afectos, estão também afectos mais familiares. É o caso do filho Agir que canta com o pai o tema “O Meu Mundo Inteiro” e a filha Mafalda Sacchetti que interpreta “Um Beijo à Lua”.

“Este é um disco espectáculo de uma vida” classifica Paulo de Carvalho que tem já concerto agendado para 8 de Julho. O cantor que venceu o Festival RTP da Canção em 1974 com o tema “E Depois do Adeus”, uma das músicas usadas como senhas da Revolução do 25 de Abril e que ficou em último lugar nesse ano na Eurovisão fala da vitalidade da música portuguesa. “Acho que a música em Portugal está muito boa e recomenda-se” diz Paulo de Carvalho que acrescenta “há gente a fazer boa música e tivemos exemplo disso no Festival da Eurovisão” com o Salvador e a Luisa Sobral.

“Não tinha pensado numa celebração desta forma” confessa Paulo de Carvalho perante o disco que agora chega ao mercado e que comemora mais de cinco décadas de vida musical. Satisfeito com o resultado, o músico levanta um problema: “E agora?!” O que fazer a seguir interroga-se Paulo de Carvalho. O músico que se sente sortudo por fazer música, aquilo que gosta na vida diz no dia do lançamento de “Duetos” que talvez possa “fazer o «Duetos II»” porque explica, “ainda há cantigas e sobretudo há muita gente com quem gostava de cantar”.

Ao seu público, o músico deixa o desafio de escutarem o álbum e “descobrirem como é que estou a cantar músicas que canto há muitos anos”. No programa Ensaio Geral da Renascença sexta-feira depois das 23 horas pode ouvir esta entrevista e alguns dos temas do disco de Paulo de Carvalho.

Comentários
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  • Vasco
    23 mai, 2017 Santarém 23:12
    Dois velhos marretas casmurros e com mania que são verdadeiramente bons!

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