As famílias que conseguiram amealhar durante o ano acabam por recorrer às poupanças, mas para todos – os mais e os menos previdentes – é importante a organização e a preparação para fazer as melhores escolhas.
O objectivo é rentabilizar a aplicação dos recursos disponíveis e assim evitar que o sonho de muitos filhos não se transforme num pesadelo para os pais.
Para quem não fez poupanças, será importante reservar parte do subsídio de férias para as despesas escolares, tentando sempre que possível evitar o recurso ao crédito.
Se, por acaso, utilizar o cartão de crédito lembre-se que, se não pagar entre 30 a 50 dias, conforme os casos, estará a incorrer em juros que elevarão os seus gastos substancialmente.
Os manuais escolares representam a despesa com maior peso no âmbito dos gastos das famílias com filhos a estudar, pelo que toda a poupança que consiga obter será representativa.
Reserve um dia de férias para uma reunião familiar para planear o que precisa, fazer umas arrumações e ver o que poderá aproveitar para o próximo ano lectivo ou o que poderá ser reaproveitado e reciclado.
As mochilas com um pouco de imaginação e a colaboração dos seus filhos poderão ficar “como novas” com uns acessórios extra, por exemplo.
Fale com a família e amigos e avalie a possibilidade de troca ou aproveitamento de livros, roupa ou material escolar.
Faça uma lista de compras e compare preços, antes de adquirir o que necessita.
Aproveite os Bancos de Livros e oferta de algumas autarquias para conseguir alguns livros e aproveite para os restantes as promoções e descontos oferecidos por livrarias e superfícies comerciais.
E não se esqueça que as despesas educação podem ser abatidas no IRS, para o que deverá pedir factura em nome dos seus filhos ou dos pais.
Algumas dicas para criar um manual de sobrevivência à aquisição de material escolar:
- Não “deixar tudo para a última hora”, o que permitirá uma avaliação criteriosa dos materiais necessários;
- Gestão orçamental prévia (utilizando, se possível, o subsídio de férias) de forma a poder antecipar os gastos e não prejudicar a economia familiar;
- Elaborar uma lista de material necessário (eliminando materiais que ainda se mantêm em condições de ser reutilizados) e estabelecer um limite máximo relativamente aos montantes a despender com a aquisição do respectivo material (evita-se, assim, os gastos supérfluos);
- Ter em atenção o “tempo de vida” dos manuais escolares, o que poderá permitir uma reutilização dos mesmos no caso de famílias com mais filhos (uma outra alternativa poderá passar por procurar junto das famílias, amigos e escolas, empréstimo dos manuais);
- Evitar o recurso ao crédito ao consumo, uma vez que este recurso aumentará certamente o encargo da vida familiar (e se o fizer, ter em conta os encargos financeiros que serão suportados);
- Optar pela aquisição de materiais mais baratos (de marca branca, por exemplo), promovendo-se a um estudo prévio de mercado, de forma a optar pelo melhor produto;
- Na aquisição de mochilas, ter em atenção as medidas e peso adequado à criança (não pode ultrapassar 10% do peso do corpo da criança e ser adequada à sua estrutura física);
- No caso das famílias mais carenciadas, ter em atenção o regime de acção social que poderá permitir a aquisição gratuita de manuais escolares e outros materiais didáctico-pedagógicos;
- Educar o filho, tornando-o parte activa na análise dos preços e na sustentabilidade do consumo;
- Na aquisição de manuais escolares, sem prejuízo dos preços máximos, efectuar-se um estudo prévio de mercado no sentido de os obter a preços inferiores;
- Ter em atenção, no âmbito da aquisição de manuais escolares, que os estabelecimentos não podem obrigar a compra em conjunto. Nesta situação deverá utilizar o Livro de Reclamações e denunciar esta situação à ASAE;
- Ter em atenção a publicidade relativamente a estes materiais (sobretudo no que concerne a material informático) procurando sempre conservar os suportes publicitários. Relembramos que as mensagens publicitárias integram os conteúdos dos contratos.