21 set, 2017 - 08:47 • Olímpia Mairos
O processo para chegar ao Ice Wine biológico branco levou cerca de quatro anos e várias tentativas. Gilberto Pinto, vitivinicultor no concelho de Freixo de Espada à Cinta na região do Douro Superior, resolveu inovar e produziu uma centena de garrafas de vinho elaborado a partir de uvas congeladas.
O método para o produzir foi importado dos Estados Unidos e Canadá.
À Renascença explica que “este é o chamado vinho dos deuses, obedece a um elevado grau de mestria e uma engenharia alta em termos de enologia”.
Segundo o vitivinicultor, este tipo de vinho é feito em países como o Canadá ou Estados Unidos da América, onde são utilizadas uvas de colheita tardia, que depois são congeladas para elaborar este tipo de vinho que começa e ser procurado no mercado.
“Temos de congelar as uvas e colocar numa cuba isobarométrica com temperaturas controladas em que a maceração e a fermentação demoram cerca de 60 dias a ser feita, ou seja, o próprio peso das uvas vai macerando e fermentando e os aromas ficam todos concentrados nesse néctar chamado o vinho dos deuses”, explica.
Cada meia tonelada de uvas dá origem a cerca de 50 a 70 litros deste vinho biológico. Em condições normais, a mesma quantidade de matéria-prima permitiria produzir mais de 300 litros de vinho.
As castas utilizadas para elaboração do vinho são “autóctones, de vinhas velhas da Região Demarcada do Douro, como a Malvasia Fina Branca, Viosinho, Códega do Larinho, Gouveio Branco ou Verdelho”.
Cada garrafa tem uma capa feita em pura seda
A produção deste ano anda à volta das cem garrafas e foram colocadas no mercado nacional e internacional a “250 euros a unidade”.
O produtor quer “afinar alguns aromas”, mas, diz-se “tentado a fazer o próximo Ice Rosé, logo que as condições permitam, este ano ou no próximo”.
Este é um vinho, que não dá para fazer todos os anos. Tem que ser um ano seco, com pouca chuva, para a colheita ser tardia.
O produtor adianta que o Ice wine foi certificado pelas entidades competentes, ostentando a chancela do Instituto da Vinha e do Vinho e destina-se a um “nicho de mercado” muito específico de países emergentes e de lojas ‘gourmet’.
Para tornar o produto mais atractivo e captar a atenção de potenciais compradores, cada garrafa tem uma capa feita em pura seda artesanal e confeccionada por artesãs de Freixo de Espada à Cinta, concelho do distrito de Bragança, que é uma referência na produção deste produto.