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​Tony Carreira mantém-se disponível para chegar a acordo no processo de plágio

06 fev, 2018 - 23:57

"Lamento que a CNM continue a insistir no recebimento de uma verba a que, na minha opinião, não tem direito", afirma o cantor.

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O cantor Tony Carreira reitera a sua disponibilidade para chegar a um acordo no processo em que é acusado de plágio, após a editora que apresentou a queixa-crime ter rejeitado o acordo alcançado em tribunal no ano passado.

A 27 de novembro, o cantor e a editora Companhia Nacional de Música (CNM), propriedade de Nuno Rodrigues, chegaram em tribunal a um princípio de acordo, proposto por uma juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, que previa a suspensão provisória do processo durante quatro meses, na condição de, no prazo de 60 dias, Tony Carreira entregar 10.000 euros à Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, para apoio aos danos causados pelos incêndios, e mais 10.000 euros à Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande.

"Continuo aberto a encerrar o presente processo e, simultaneamente, contribuir para aliviar o sofrimento das vítimas dos incêndios, seus familiares e povoações; continuo a não vislumbrar qualquer razão legítima para ceder a pressões da CNM, lamento que a CNM continue a insistir no recebimento de uma verba que, na minha opinião, não tem direito, em vez de contribuir para a redução do sofrimento das pessoas que se viram envolvidas nos incêndios de 2017", diz Tony Carreira, em nota escrita enviada esta terça-feira à agência Lusa.

O cantor frisa que a "decisão cabe, mais uma vez, à justiça", na qual "reafirma" a sua confiança.

"Sempre considerei que a razão está do meu lado e continuo a defender que não tenho que ressarcir a CNM de nada, por esta não ser parte interessada, nem representar qualquer parte interessada", sustenta Tony Carreira.

O cantor recorda que foi o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa que "submeteu à consideração das partes" a possibilidade de suspender e consequentemente encerrar o processo, sublinhando que "esteve presente" nessa audiência, "ao contrário da CNM que se fez apenas" representar pelos seus advogados.

"Manifestei-me disponível e favorável à possibilidade de o tribunal decretar a suspensão provisória do processo mediante um donativo meu para as vítimas dos incêndios que no ano passado devastaram o nosso país. Os advogados que nessa sessão representavam a CNM, por princípio não se opuseram, embora tenham remetido uma decisão final para o seu cliente", explica Tony Carreira.

A Companhia Nacional de Música (CNM), assistente no processo, ficou de enviar uma resposta por escrito ao tribunal, a ratificar o acordo, que veio agora a ser recusado, já depois de o advogado que representou o proprietário da editora, Nuno Rodrigues, em tribunal, ter renunciado à procuração e deixado de ser o mandatário da editora, em dezembro, cerca de duas semanas após a audiência em tribunal.

"A Companhia Nacional de Música não contribuirá para qualquer acordo que possa frustrar a legítima expectativa da opinião pública ou evitar que o tribunal cumpra a sua inalienável obrigação de decidir", justifica Nuno Rodrigues no requerimento enviado ao TIC de Lisboa.

O acordo assumido previa ainda que o compositor Ricardo Landum, o outro arguido no processo, teria também de pagar, nos 60 dias, 2.000 euros a uma Instituição Particular de Solidariedade Social à sua escolha.

Sem acordo, a Juíza de Instrução Criminal Maria Antónia de Andrade marcou para as 10:30 de 22 de fevereiro um novo "interrogatório judicial ao arguido Tony Carreira, seguido de debate instrutório" que, caso se venha a realizar, terá de ser à porta aberta.

Tony Carreira está acusado de 11 crimes de usurpação e de outros tantos de contrafação, enquanto Ricardo Landum, autor de alguns dos maiores êxitos da música ligeira portuguesa, responde por nove crimes de usurpação e por nove crimes de contrafação.

Segundo o despacho de acusação do Ministério Público (MP), a que a Lusa teve acesso em setembro, Tony Carreira e Ricardo Landum "arrogaram-se autores de obras alheias", após modificarem os temas originais.

"Depois de ti mais nada", "Sonhos de menino", "Se acordo e tu não estás eu morro", "Adeus até um dia", "Esta falta de ti", "Já que te vais", "Leva-me ao céu", "Nas horas da dor", "O anjo que era eu", "Por ti" e "Porque é que vens" são as 11 canções alegadamente plagiadas, de acordo com a acusação.

A instrução é uma fase facultativa que visa a comprovação, a alteração ou o arquivamento da acusação do MP, havendo, neste caso, a possibilidade de se chegar a um acordo, caso todas as partes aceitem.

Comentários
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  • Ora aí está!
    07 fev, 2018 dequalquerlado 16:37
    É verdade oh superfã, neste país quando se trata de queimar alguém aparecem logo todos. Todos os cantores cantam as musicas uns dos outros. Até mesmo os que têm grandes sucessos. Se é plagiada ou não, o que interessa é que teve muito público que gostou mais da sua versão ou mais exito que a versão original. para quê denegrir a imagem do homem. Preocupem-se mais com os corruptos e com o estado deste país em que têm muita gente a viver sem dignidade, sem emprego ou ainda a ganhar um salário indigno.
  • Super Fã
    07 fev, 2018 Aldeia Perdida Na Beira 12:01
    Não entendo como é que há tanta música plagiada e só o Tony é que vai a tribunal! Só por exemplo, a música WITHOUT YOU original dos BADFINGER só já foi cantada por mais de 180 artistas (fonte wikipédia). A versão mais popular é a de MARIAH CAREY. Afinal a música DESPUES DE TI QUÉ é de Rudy Perez, de Cristian Castro ou de José Feliciano?? Ou ainda haverá mais? Seja como for, a versão de Tony Carreira é sem dúvida a melhor! É SÓ INVEJA! DEIXEM O TONY EM PAZ!

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