26 fev, 2018 - 15:19
"Canção do Fim", a canção composta e interpretada por Diogo Piçarra para o Festival da Canção, está a ser alvo de acusações de plágio, devido às alegadas semelhanças com um cântico evangélico, “Abre os Meus Olhos”.
As comparações surgiram nas redes sociais, ainda antes de o músico a cantar na segunda semifinal do concurso da RTP.
Esta música, no entanto, também não é um original da Igreja Universal do Reino de Deus. “Abre os
Meus Olhos” é uma adaptação da música “Open our Eyes”, composta em 1976 pelo pastor norte-americano Bob
Cull e cantada por diversos grupos religiosos em todo o mundo. Os The
Maranatha! Singers, por exemplo, gravaram a canção em 1999.
A versão mais partilhada nas redes sociais é do pastor Walter McAlister, atualmente bispo da Igreja Cristã Nova Vida, uma igreja pentecostal brasileira. Foi nesta igreja que cresceu o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus.
Oiça e compare as canções.
Este Domingo, “Canção do Fim” obteve a pontuação máxima do júri do Festival da Canção e do público.
A votação final foi feita, em igual valor, por um júri e pelo público. O júri do Festival da Canção é presidido por Júlio Isidro. A acompanhar o apresentador estiveram os cantores Ana Bacalhau, Carlão, Luísa Sobral e Sara Tavares, a radialista Ana Markl, o jornalista Mário Lopes e os compositores Tozé Brito e António Avelar Pinho.
O regulamento do festival diz que as canções concorrentes "deverão ser obrigatoriamente originais e inéditas, não podendo ter sido reproduzidas, publicadas, editadas, interpretadas, executadas, exibidas, difundidas, distribuídas ou comercializadas por qualquer forma anteriormente".
Em caso de plágio, segundo o regulamento, as músicas em causa serão desclassificadas.
Diogo Piçarra "de consciência tranquila"
Diogo Piçarra já reagiu à polémica na sua página do Facebook. O artista diz estar “de consciência tranquila”.
“Sou quem está mais surpreendido no meio disto tudo: nasci em 1990, não sou crente nem religioso, e agora descobrir que uma música evangélica de 1979 da Igreja Universal do Reino de Deus se assemelha a algo que tu criaste, é algo espantoso e no mínimo irónico. Desconhecia por completo o tema”.
O músico garante que continuará a defender a sua canção, "por acreditar que foi criada sem segundas intenções". "É engraçado como a vida tem destas coisas, coincidência divina ou não, e perceber que a Internet é o verdadeiro juiz dos tempos modernos. Aclama mas também destrói."