22 mai, 2018 - 19:23
Com a morte do artista plástico Júlio Pomar desaparece um homem que “esteve sempre à frente do seu tempo”, afirma o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Nós devemos a Júlio Pomar a abertura de Portugal ao mundo e a entrada do mundo em Portugal, desde logo durante a ditadura. Não apenas como pintor, desenhador, mas como grande personalidade da cultura. Nesse sentido, ele esteve sempre à frente do seu tempo”, disse o chefe de Estado.
Júlio Pomar morreu esta terça-feira no Hospital da Luz, em Lisboa, revelou fonte da família. Tinha 92 anos.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, o artista “marcou boa parte do século XX, marcou a transição para século XXI mantendo-se sempre jovem e sempre aberto a novos fenómenos culturais, a novas ideias, inovador, criativo, profundamente rebelde e irreverente”.
O chefe de Estado dá como exemplo o retrato do Presidente Mário Soares que figura na galeria dos tratos do Museu da Presidência “e que na altura chocou tantos bem-pensantes”.
“Ele era assim, um homem que percorreu todas as fases, mais figurativo, menos figurativo, mais abstrato, menos abstrato, mas sempre ele e sempre aberto à Europa e ao mundo e sempre um desconstrutor, olhando para a outra realidade das coisas e retratando outra realidade das coisas. A cultura portuguesa fica muitíssimo mais pobre”, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.