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Vem aí um ​Nobel da Literatura alternativo para "travar cultura de silêncio e opressão"

03 jul, 2018 - 13:00

Mais de uma centena de escritores, atores, jornalistas e outras personalidades da Suécia decidiram criar a Nova Academia, que vai entregar o seu próprio galardão literário no outono.

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A Academia Sueca cancelou a atribuição do Prémio Nobel da Literatura deste ano, devido a um escândalo sexual, mas ainda pode haver uma versão alternativa do maior galardão literário do mundo.

O grupo de personalidades da vida cultural sueca quer realizar uma cerimónia por conta própria, como forma de protesto pelo caso em que a Academia está envolvida.

Mais de uma centena de escritores, atores, jornalistas e outras personalidades criaram uma Nova Academia, segundo o jornal “The Guardian”, que vai entregar o seu próprio prémio no outono.

“Fundámos a Nova Academia para lembrar as pessoas de que a literatura e a cultura devem promover a democracia, a transparência, a empatia e o respeito, sem privilégios, preconceitos arrogantes ou sexismo”, defende a organização, em comunicado.

Os responsáveis da Nova Academia defendem que, “numa altura em que os valores humanos estão cada vez mais a ser postos em causa, a literatura torna-se uma força de oposição ainda mais importante para travar a cultura de silêncio e opressão”.

Por isso, consideram “importante que o maior prémio literário mundial seja entregue em 2018”.

A organização deste Nobel alternativo convidou todos os livreiros da Suécia a nomear os escritores candidatos, que podem ser de qualquer ponto do globo, mas têm de escrito pelo menos dois livros, o mais recente dos quais publicado na última década.

Quando receber as nomeações, a Nova Academia vai lançar uma votação aberta ao público, para escolher um lote de quatro escritores. Por fim, um júri decidirá o vencedor.

O anúncio será realizado em outubro, à semelhança do que acontece com o Prémio Nobel da Literatura.

A Academia Sueca decidiu cancelar a atribuição do Nobel deste ano na sequência de acusações de abuso contra Jean-Claude Arnault.

O escândalo remonta a novembro de 2017, quando 18 mulheres acusaram o dramaturgo francês de abusos e agressões sexuais. Arnault está ligado à academia através do seu clube literário e é marido de um dos membros, Katarina Frosenson.

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