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​Carta aberta acusa administração de Serralves de “sucumbir ao puritanismo moral”

24 set, 2018 - 20:01

Em causa estão restrições na exposição do fotógrafo norte-americano Robert Mapplethorpe, com salas para maiores de 18 anos.

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Mais de 400 personalidades subscreveram uma carta aberta à presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves contra as restrições à exposição de Robert Mapplethorpe, que terão provocado a demissão do curador e diretor artístico do museu.

Os artistas Wolfgang Tillmans, Ana Vidigal, Pedro Pinheiro e Tania Bruguera, a historiadora de arte Maria José Goulão, da Universidade do Porto, a historiadora e professora universitária Irene Flunser Pimentel, da Universidade Nova de Lisboa, o diretor do CA2M - Centro de Arte Dos de Mayo, de Madrid, Manuel Segade, o curador e antigo diretor dos museus do Chiado e Coleção Berardo, Pedro Lapa, contam-se entre os signatários da carta dirigida a Ana Pinho, que está a circular na plataforma Google forms.

É com "tristeza que continuamos a ver o trabalho do fotógrafo" - que recentemente teve mostras individuais nos museus J.Paul Getty e e de Los Angeles (LACMA), nos EUA - "aparentemente censurado" por instituições como Serralves, numa base exclusivamente "moral", lê-se na carta.

O pedido de demissão de João Ribas, na sequência das restrições impostas pelo conselho de administração da Fundação de Serralves, terá sido apresentado na sexta-feira pelo diretor do museu, que alegou não ter mais condições para se manter à frente da instituição, como disse ao jornal “Público”.

No sábado, o jornal “Público” noticiou que João Ribas pediu a renúncia do cargo de diretor do Museu de Serralves, depois de a administração da Fundação ter limitado a maiores de 18 anos uma parte da exposição dedicada ao fotógrafo norte-americano Robert Mapplethorpe, comissariada por Ribas, tendo sido retiradas obras com conteúdo sexualmente explícito - inicialmente foram anunciadas 179 fotografias.

A exposição foi inaugurada na passada quinta-feira.

A carta dirigia à presidente da Fundação de Serralves recorda que Robert Mapplethorpe se tornou uma figura canónica da arte norte-americana do final do século XX, com o seu trabalho elogiado pelas formas como explora temas de erotismo, sexo e sexualidade, enquanto realiza experimentações do meio e da linguagem da fotografia.

Apesar das muitas exposições e páginas de estudos dedicados ao trabalho de Mapplethorpe, as imagens do fotógrafo norte-americano estiveram no centro das designadas "Guerras Culturais" dos EUA, nas décadas de 1980 e 1990, tendo então sido usadas por políticos conservadores, para pedir o fim do financiamento público das artes.

Os subscritores da carta lamentam por isso que as imagens continuem a ser vistas como ameaça à "moralidade" e à "decência". E contestam o facto de ter sido invocada legislação portuguesa para classificar como "pornográficas" algumas obras expostas.

"Embora existam debates eruditos legítimos sobre as fronteiras entre arte e pornografia, estes não devem ser resolvidos com decisões executivas a censurar pelos Conselhos de Administração dos museus, devendo, em vez disso, continuar a ser explorados em toda a sua profundidade e complexidade nos espaços expositivos e em estudos críticos", defendem os signatários.

"Vivemos num momento de profunda incerteza política, com o surgimento do populismo de direita, o ultranacionalismo e as ameaças às liberdades artísticas e académicas", lê-se na carta aberta.

"Nesse contexto, é profundamente lamentável que a Fundação de Serralves tenha perdido a oportunidade de defender os valores que deveriam tê-la sustentado como um lar para a cultura, o pensamento e a liberdade, e preferir sucumbir ao puritanismo moral e ao conservadorismo social", acrescenta a missiva.

A plataforma Artforum e os jornais El País, ABC e o site The World News contam-se entre as publicações internacionais que têm noticiado a polémica em torno da exposição de Mapplethorpe, patente no Museu de Serralves, assim como a carta em subscrição.

Nas redes sociais, surgiram reações como as do fotógrafo Daniel Blaufuks, que cancelou uma visita guiada prevista à mostra, e do encenador e realizador de cinema Jorge Silva Melo, que escreveu na sua página do Facebook: "Pois é, Serralves: as administrações deveriam ser constituídas por pessoas 'maiores e vacinadas'. Até podem ter menos de 18, cá por mim. Mas 'maiores e vacinadas', se faz favor".

Também David Santos, antigo diretor do Museu do Chiado, atual subdiretor-geral do Património Cultural, escreveu um comentário na sua página pessoal, em que se lê: "Serralves volta a revelar-se... Solidariedade com João Ribas!"

Num comunicado difundido no sábado, o Conselho de Administração da Fundação de Serralves disse que "não retirou nenhuma obra da exposição", composta por 159 fotografias, "todas elas escolhidas pelo curador", João Ribas.

Hoje, à entrada de uma das salas da exposição, está uma placa com a indicação: "Dado o caráter sexualmente explícito de obras expostas nesta área, o acesso à mesma é reservado a maiores de 18 anos e a menores acompanhados dos respetivos representantes legais".

Contudo, num primeiro aviso, afixado no mesmo local, no final da semana passada, lia-se: "Alertamos para a dimensão provocatória e o caráter eventualmente chocante da sexualidade contida em algumas obras expostas. A admissão nesta sala está reservada a maiores de 18 anos".

De acordo com a Inspeção Geral das Atividades Culturais (IGAC), "as exposições de arte não carecem de classificação etária".

A administração da Fundação de Serralves anunciou hoje um encontro com a imprensa, a realizar na quarta-feira.

Desde a inauguração, na quinta-feira passada, até domingo, a exposição de Serralves dedicada a Robert Mapplethorpe recebeu perto de 6.000 visitantes, adiantou hoje à Lusa fonte da instituição.

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  • JOAQUIM S.F. SANTOS
    24 set, 2018 TOJAL 21:19
    O QUE DEUS TERÁ A DIZER SOBRE ISTO?! - O homem só não tem a Minha proteção, porque ele mesmo não quer. Por Mim, todos seriam Meus, mas como o diabo ainda faz parte deste reino, então passa a tomar conta de todos que se desviam do Meu caminho, que é puro e sem nenhum erro sequer. A justiça que eles mesmo estão procurando é para a sua própria condenação, que é a legalização do aborto, do divórcio, do casamento entre homens e de mulher com mulher. Fazem isto para Me desafiar. São Paulo tem escrito. “Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pêlos outros e receberam em si mesmos o castigo merecido péla sua perversão.” Bento, filho amado, pela própria consciência de cada um, esses homens e mulheres perdidos Me aborrecem tanto que o castigo não parou mais e nem vai parar até a Minha vinda gloriosa. A sujeira, quando começa a entulhar o esgoto da cidade, é comparado ao sangue que corre nas veias dessas pessoas, que contaminada já está a maioria com o vírus da morte. Ele jamais será vencido pelas mãos dos homens, porque, quando pensarem que estão resolvendo este problema, outra doença virá. Isto se dá pelo pecado da carne, onde estão vivendo como animais.

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