01 out, 2018 - 13:17
Morreu esta segunda-feira, aos 94 anos, o cantor Charles Aznavour.
Nascido em frança, filho de pais arménios, Aznavour
tornou-se mundialmente famoso com a sua carreira musical que durou décadas.
Descrito frequentemente como o Frank Sinatra francês, vendeu cerca de 180 milhões de discos em 80 países e era um ícone da cultura francesa e arménia.
Nascido Shahnour Vaghinag Azavourian, em Paris, em 1924, acabou por adaptar o seu nome para ser mais fácil de pronunciar em francês, nascendo assim o nome artístico Charles Aznavour.
Cedo mostrou dotes artísticos e os seus pais encorajaram-no a cantar. Abandonou a escola aos 9 anos para se dedicar à música, tendo desempenhado também alguns papéis no cinema. A sua carreira foi definitivamente lançada quando a lenda francesa Edite Piaf apostou nele, levando-o com ela para uma tournée nos Estados Unidos, em 1946, quando tinha 22 anos.
Durante a sua carreira foi autor de mais de mil canções, tendo gravado 91 álbuns. Também foi co-autor de alguns musicais.
Apesar das suas raizes, Aznavour apenas começou a envolver-se na questão da Arménia em 1988, depois de o país ter sido devastado por um sismo, tendo fundado a associação Aznavour pela Arménia.
Depois disso a sua colaboração com o país tornou-se mais séria, tendo sido convidado para desempenhar vários cargos diplomáticos em representação do Estado Arménio, como embaixador na Suíça e junto das Nações Unidas, em Genebra e também junto da Unesco.
Aznavour cantou várias vezes em Portugal, tendo convivido com artistas portugueses como Simone de Oliveira. Em declarações à Renascença, a artista revela que a sua morte lhe causa um "desgosto muito grande" e descreve-o como um dos melhores de sempre.
"Era um homem muito pequenino, mais pequenino do que parecia no palco, parecia um bocadinho a Laura Alves, tinha um metro e meio e chegava ao palco e tinha dois metros. Mas para mim é dos maiores cantores de sempre, do mundo, tenho os discos, o livro, pouca gente sabe que ele tem um livro notável escrito por ele e por dois jornalistas parisienses, vale a pena ler o livro para perceber os porquês da vida dele, porque é que ele escreveu as canções", diz.
"Tenho um desgosto muito grande, uma pena muito grande", conclui Simone de Oliveira.
[Notícia atualizada às 14h56]