05 fev, 2019 - 15:34 • Maria João Costa
André Rieu é um fenómeno e os números falam por si. Os espetáculos protagonizados por André Rieu atraem em todo o mundo, e a cada ano, mais de 600 mil pessoas.
Conhecido como o “Rei da Valsa”, este maestro de origem holandesa ultrapassa as grandes estrelas da música internacional como a banda Coldplay, os AC/DC ou Bruce Springsteen.
Portugal vai recebê-lo em março para sete concertos na Altice Arena que já estão esgotados. Mais de 80 mil pessoas vão ouvir o violinista que diz que o mundo da música clássica “perdeu o humor”.
De passagem por Lisboa, anunciou ontem um novo concerto em Lisboa para 20 de novembro. A Renascença conversou com ele.
Vende 40 milhões de CDs e DVDs, mais de 600 mil pessoas assistem por ano aos seus concertos e, 20 anos depois, vai regressar a Portugal. O que é que o público pode esperar?
Como viajamos pelo mundo e estamos em palco quase todas as noites, aquilo que o público pode esperar de nós é que vamos abrir os nossos corações uns aos outros, e para o público. Vamos passar uma noite juntos. Quando o público for para casa vai pensar: "Oh meu Deus, quando foi a última vez que me diverti tanto?". Será assim! Há muitas gargalhadas e choro nos meus concertos!
Nos seus espetáculos faz-se acompanhar da Orquestra Johann Strauss. Cria um ambiente de festa nos concertos e torna a música clássica em algo muito democrático. É esse o segredo do seu sucesso?
Acho que no mundo da música clássica há muita rigidez. Todos aparecem, principalmente, para mostrarem o que trazem vestido, mas não sabem nada sobre a música. Acho que se perdeu o humor na música clássica. A coisa mais horrível que acho do mundo da música clássica é que uma elite agarrou na música e disse que lhe pertence, e não aos outros. Eu quero mudar isso. É para todos! No tempo do Mozart toda a gente assobiava as suas músicas na rua e de repente alguém se apoderou da música clássica.
É casado há mais de 40 anos e vive num castelo construído em 1492 na sua cidade natal de Maastricht. O violino sempre fez parte da sua vida?
Quando eu era criança, comecei a estudar violino aos 5 anos e a minha mãe estava sempre a dizer "André, deves estudar e não tocar!" Mas ainda hoje faço isso, toco. Toco lindas músicas porque adoro. Acho que é fácil tocar violino, mas temos de tocar a música certa. Tocar é divertido, é ser livre e aberto. Isso é que é importante na música. Não é mostrar que sou melhor ou mais do que os outros. Não! É para todos e é ser livre e feliz.
Preparou alguma música especial para os concertos de Lisboa? Também vai dançar valsa?
Preparei, mas ainda é segredo. Deixem-me tocar, ok? É uma boa resposta? Vocês dançam a valsa e eu toco.