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Biografia revela lado “insubmisso, interventivo e controverso” de Agustina Bessa-Luís

20 fev, 2019 - 18:16 • Maria João Costa

“O Poço e a Estrada” é a biografia sobre Agustina Bessa-Luís que é lançada sexta-feira nas Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim. A autora Isabel Rio Novo confessa que “gostava que a biografia servisse para que Agustina tivesse ainda mais leitores”.

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“Desafio e responsabilidade” são duas das palavras que a escritora Isabel Rio Novo usa para falar da biografia de Agustina Bessa-Luís, que sexta-feira é lançada na Póvoa de Varzim, no âmbito do Festival Correntes d’Escritas.

A obra intitulada “O Poço e a Estrada” faz parte de um conjunto de seis biografias sobre personalidades da cultura portuguesa que a editora Contraponto agora inicia a publicação.

Em entrevista à Renascença, Isabel Rio Novo começa por explicar que “nenhuma biografia é definitiva” e neste caso, tratando-se de uma escritora viva, embora retirada da cena pública, mais se justifica.

Para a pesquisa a escritora partiu do seu conhecimento da obra literária da autora de “A Sibila”. Ao longo de mais de 500 páginas cruzam-se livros, personagens, mas também detalhes da vida de Agustina. Uma das coisas surpreendentes para a biógrafa foi, por exemplo, perceber pormenores sobre os primeiros passos da autora no mundo literário.

O mundo de Agustina
O mundo de Agustina

Agustina publicou pela primeira vez em 1949, o romance “Mundo Fechado”, e nesses momentos iniciais da sua carreira houve “desafios e dificuldades”, indica Isabel Rio Novo. A autora recorreu a outros escritores. Isabel Rio Novo revela: “um aspeto que a tornou muito humana aos meus olhos foi ter descoberto que a jovem escritora Agustina pediu aos escritores consagrados, como Aquilino Ribeiro ou Ferreira de Castro, uma ajuda muito direta na publicidade das suas obras”.

Nascida em Vila Meã, Amarante, Agustina Bessa-Luís foi jornalista, diretora do Teatro Nacional D. Maria II e uma voz sempre acutilante. Isabel Rio Novo revela que ao escrever esta biografia descobriu “uma pessoa ainda mais insubmissa, interventiva, em alguns pontos controversa”.

Esta dimensão está nesta biografia que foi nascendo com recurso a uma pesquisa que incluiu, entre outras coisas, a visualização do documentário da Renascença “O Mundo de Agustina”.

Nesse trabalho multimédia da Renascença, Isabel Rio Novo encontrou o testemunho de Alberto Luís, marido de Agustina, “tão importante para a obra” da autora. A biógrafa explica a “colaboração” de Alberto Luís “para aquilo a que a Agustina chamava o capítulo executivo”.

Era o marido que transcrevia os manuscritos da autora de “A Ronda da Noite”. Isabel Rio Novo arrisca mesmo dizer que “Agustina não teria sido a escritora que foi se não tivesse tido a sorte de ter conhecido um Alberto Luís”, que faleceu em novembro de 2017.

Mesmo depois de ter levado a cabo esta empreitada de fazer esta biografia, Isabel Rio Novo conclui que há em Agustina “um enigma que não acaba”. E com este livro que agora chega às livrarias a biógrafa espera contribuir para que “Agustina tenha ainda mais leitores”.

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  • FERNANDO MACHADO
    20 fev, 2019 PORTO 19:19
    UMA GRANDE SENHORA OU UMA SENHORA COM LETRA GRANDE. FIGURA ÍMPAR DAS LETRAS PORTUGUESAS E NÃO SÓ.

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