23 fev, 2019 - 12:03 • Maria João Costa
Artur Cruzeiro Seixas tem 98 anos. É sobretudo conhecido como pintor surrealista, mas é também poeta. Há um livro seu inédito e que Valter Hugo Mãe quer publicar na coleção de poesia “Elogia da sombra” que agora coordena.
O autor de “A Máquina de Fazer Espanhóis” já tinha experiência ligada ao mundo da edição com a editora Quasi desaparecida, entretanto e que foi responsável pela edição de vários títulos de poesia. Agora, Valter Hugo Mãe regressa a esse papel de editor com a coleção “Elogio da sombra” que este sábado é apresentada na Póvoa de Varzim, no Festival de expressão ibérica Correntes d’Escritas. Em entrevista à Renascença fala dos títulos que são agora lançados e nos que já tem pensados para publicar.
“Quero avançar com a obra completa de Artur Cruzeiro Seixas, por quem sou muito fascinado. Trabalhei com ele no tempo da editora Quasi. Desde então ele não voltou a ser editado. A obra está retirada do mercado. Houve um volume que foi deixado inédito e por isso quero recolocar nas livrarias o trabalho completo do Artur Cruzeiro Seixas”, conta Valter Hugo Mãe.
O escritor que também publicou no ano passado uma antologia da sua poesia, lembra a idade de Cruzeiros Seixas e explica que irá “imprimir os 4 volumes” da obra poética do pintor surrealista “de uma vez só”. A ideia nas palavras de Valter Hugo Mãe é “fazer uma boa festa com ele e dar-lhe essa alegria”
Ao mercado chegam agora também outros 4 livros de poesia, os primeiros que marcam os números inaugurais da nova coleção. De capas azuis, os livros dão a conhecer a poesia de José Rui Teixeira, Isabel de Sá, Andreia C.Faria e Luís Costa.
Tratam-se de poetas eleitos por Valter Hugo Mãe que explicou à Renascença que já está a receber novas propostas e já “encomendou” alguns novos títulos.
“Eu sou viciado em poesia. Durante todo este tempo em que as pessoas me viram sobretudo como ficcionista e romancista, eu não deixei de ser sobretudo leitor de poesia” confessa o escritor, Prémio José Saramago. O desejo de regressar ao mundo da edição estava latente. Valter Hugo Mãe encontrou na sua editora, a Porto Editora, a resposta para isso e a ajuda que faltava. É com a chancela Coolbooks que sai agora a nova coleção poética.
Com os 10 livros que serão editados anualmente, Valter Hugo Mãe diz que tem a “intenção de criar uma panorâmica na poesia” em que acredita, “desde logo a novíssima poesia”. Até porque, conclui o escritor “estamos a viver um tempo excecional na poesia”.