25 mar, 2019 - 16:09 • Rui Barros
A cantora pop Madonna não gostou que o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, chumbasse o seu pedido para fazer entrar um cavalo num palacete do século XVIII cuja gestão está a cargo da autarquia de Sintra, no qual a artista estava a gravar um videoclip. O chumbo enfureceu tanto a “rainha da pop” que chegou ao ponto de acusar Portugal de “ingratidão”.
Numa troca de mensagens entre a artista e o seu agente, revelada pelo “Correio da Manhã”, a artista terá dito: “Já dei tanto a este país e quando peço um favor simples, de facto para mostrar Portugal ao mundo, a resposta que obtenho é negativa.”
A artista vai mais longe e acusa o seu agente de ser o culpado de tudo por tê-la convencido a mudar-se para Portugal. “A culpa é tua. Tu é que me convenceste a vir morar para cá”, terá escrito Madonna.
“Desculpa, minha rainha. Estou a fazer o meu melhor. Telefonei a muita gente e enviei várias mensagens. Infelizmente, o homem que pode decidir não está disponível, mas em alguma altura vai estar”, terá respondido o empresário.
O caso remonta ao dia 12 de março, quando a produtora “Twenty four seven” dirigiu um pedido à Câmara de Sintra um pedido para gravar um videoclip na Quinta Nova da Assunção, um palacete datado de 1860, entre dia 15 e 20 de março.
A autarquia terá cedido o espaço e aceitado alterações à decoração, negando-lhe apenas uma cena: a entrada de um cavalo dentro do palacete.
Segundo a autarquia, permitir a entrada de um animal de grande porte no palácio é arriscado, porque “o soalho de madeira assenta sobre uma caixa de ar e podia ser danificado”. Ainda de acordo com a Câmara de Sintra, o facto de “o piso do rés do chão assentar sobre uma estrutura de vigas de madeira” impede que se realizem atividades que “provoquem vibrações” – algo que um cavalo certamente provocará.
“Há coisas que o dinheiro não paga”
Contactado pelo jornal “Expresso” sobre a polémica, o presidente da Câmara de Sintra reagiu, dizendo que “há coisas que o dinheiro não paga”.
“Tentaram tudo, até disseram que iam falar com o primeiro-ministro”, conta Basílio Horta. "Madonna é uma artista, mas o palácio é de todos e não é para ser estragado."
Assumindo que pressões deste género "não são habituais", o autarca diz que não vai alterar a sua decisão, apesar da “birra” da artista. "Levo muito a sério o princípio da igualdade", justificou.