19 mai, 2019 - 13:24
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A ministra da Cultura israelita, Miri Regev, classificou este domingo como "um erro" a presença da bandeira palestiniana nas costas de bailarinos durante a atuação de Madonna na final do Festival Eurovisão da Canção.
"Foi um erro, não podemos misturar a política com um evento cultural, com todo o respeito que devo a Madonna", disse Regev antes do conselho de ministros semanal.
Questionada pelos jornalistas, a ministra, que não assistiu à final do festival no sábado à noite, em Telavive, criticou o organismo de difusão israelita Kan por ter falhado a missão de impedir as bandeiras de aparecerem no ecrã.
A cantora norte-americana Madonna levou o conflito israelo-palestiniano para o palco da final do 64.º Festival Eurovisão da Canção, terminando a atuação com a expressão “Wake Up” (Acordem, em português) projetada em ecrãs.
Madonna subiu ao palco da final do concurso depois da atuação dos 26 concorrentes.
A cantora tinha recebido vários apelos para boicotar o concurso, mas acabou por aproveitar a atuação para tomar uma posição, terminando-a com dois bailarinos que usavam bandeiras de Israel e da Palestina nas costas a caminharem abraçados.
A ‘rainha da pop’ pediu a todos os que a ouviam que “nunca subestimem o poder da música para juntar as pessoas”, e citou “uma grande canção”, da sua autoria, “Music”, na qual canta “music makes the people come together” [a música faz as pessoas unirem-se, em português].
No momento do anúncio dos resultados, membros do grupo islandês Hatari, conhecido pela sua oposição declarada à ocupação israelita dos territórios palestinianos, exibiram tarjas com as cores palestinianas, provocando assobios do público.
A Kan, uma difusora israelita, produziu o concurso da Eurovisão juntamente com a União Europeia de Radiotelevisão (UER).
A Holanda venceu no sábado, pela quinta vez, o Festival Eurovisão da Canção, com o tema “Arcade”, interpretado por Duncan Laurence, que era o favorito à vitória de acordo com a média de várias casas de apostas.
Israel acolheu o Festival Eurovisão da Canção, depois de o ter vencido, pela quarta vez, no ano passado, em Lisboa, com o tema “Toy”, interpretado por Netta.
O movimento de boicote cultural a Israel instou os artistas a boicotarem o concurso.
Organização apanhada de surpresa com bandeiras em atuação de Madonna
A organização do 64.º Festival Eurovisão da Canção admitiu hoje ter sido apanhada de surpresa pela inclusão de bandeiras da Palestina na atuação da cantora norte-americana Madonna, referindo que esse elemento cénico não fez parte dos ensaios.
"Na transmissão em direto da grande final do Festival Eurovisão da Canção, dois bailarinos de Madonna mostraram momentaneamente bandeiras de Israel e da Palestina nas costas das suas indumentárias. Este elemento da performance não fez parte dos ensaios, tinha sido verificado pela EBU [sigla em inglês para União Europeia de Radiodifusão] e pela emissora de acolhimento, KAN [estação de televisão pública de Israel]", refere a organização num comunicado citado por vários órgãos de comunicação social.
Na nota, a organização sublinha recorda que o Festival Eurovisão da Canção "é um evento não-político" e que "Madonna foi avisada disso".
Num outro comunicado, a organização do concurso refere que "as consequências deste ato serão discutidas na próxima reunião do conselho executivo do concurso".