25 jun, 2019 - 13:25 • Ana Carrilho
Longe vão os tempos em que as pessoas, normalmente as mais velhas, iam passar uma temporada a uma das dezenas de termas que existem em Portugal para variados tratamentos.
Agora, e depois de um período de quase esquecimento, cerca de meia centena de balneários foram renovados e modernizados com um objetivo: tornar as termas um produto turístico atrativo para um público mais jovem, urbano e dinâmico, que valoriza o bem-estar acima das ofertas terapêuticas tradicionais. E de preferência, com poder de compra mais elevado.
Com este público-alvo em vista, a Termas de Portugal lançou esta terça-feira uma nova campanha sob o lema “É natural estar bem”. O objetivo? Duplicar o número de visitantes num ano e aumentar a faturação.
Em conferência de imprensa, o presidente da Associação das Termas de Portugal, Vitor Leal, apresentou a nova estratégia, que inclui a definição de três rotas e vários programas.
Na Rota Histórica podem encontrar-se as Termas das Caldas da Rainha, de São Pedro do Sul e de Chaves. Manteigas, Caldas da Felgueira, Pedras Salgadas ou Alcafache entram na Rota da Natureza. Unhais da Serra e Vidago integram a Rota de Charme. E há termas, como as de Monchique, que estão assinaladas nas três rotas.
Natural Fit, Natural Massage, Natural Legs e Natural Relax são os programas que os diversos balneários vão passar a oferecer aos visitantes. A ideia, frisa Vitor Leal, é fazer turismo com saúde e de saúde. Associada aos balneários há também oferta turística diversificada no território.
Termas: um ativo com vantagens competitivas
Para o presidente do Turismo de Portugal, a entidade que apoia a nova estratégia das Termas de Portugal, Saúde e Bem-estar é um dos fatores que encaixa nos objetivos do setor para Portugal: traz mais turistas, que gastam mais, ao longo de todo o ano e em todo o território. Ou seja, as termas apresentam vantagens competitivas, conclui Luís Araújo, valorizando também a segmentação que permite chegar a vários consumidores finais.
Por outro lado, sublinha, a nova plataforma digital pode ser usada conjuntamente com as campanhas do Turismo de Portugal “para chegar mais longe, atraindo gente de todo o mundo e captando os turistas que mais nos interessam”.
Investimento à espera de retorno a curto prazo
Cerca de 300 milhões de euros foram investidos na renovação de quase 50 balneários privados ou municipais nos últimos 15 anos. Os fundos públicos e comunitários foram decisivos para recuperar a oferta termal e, segundo a Associação das Termas de Portugal, no primeiro semestre deste ano a faturação cresceu 20% em relação ao ano passado.
O volume de negócios total gerado nos territórios em que estão localizadas atingiu, em 2018, os 24 milhões de euros. Por enquanto, a parte terapêutica vale 11 milhões e a de bem-estar (exclusivamente no balneário) ronda os 2 milhões de euros.
No ano passado, as termas portuguesas receberam 60 mil visitantes, número que a associação pretende duplicar no espaço de um ano.