17 jul, 2019 - 16:18 • Redação
O futuro é já amanhã. Ou melhor, no segundo trimestre do próximo ano.
Embora pareça uma qualquer distopia de Aldous Huxley, a verdade é que a Neuralink, empresa financiada pelo milionário Elon Musk, pretende implantar, já em 2020, sensores que permitam, segundo uma nota interna a que a Bloomberg teve acesso, atuar em partes do cérebro e, assim, restaurar a capacidade de ver, falar e ouvir.
Ainda segundo o briefing, a tecnologia pretende, igualmente, contribuir para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com algum tipo de deficiência motora, nomeadamente amputados.
Mas, afinal, como vai a tecnologia da Neuralink funcionar? Por ora, sabe-se pouco ou quase nada, com a empresa a confirmar apenas que tem vindo a testá-la em ratos de laboratório e num primata.
No caso dos ratos, estão a ser testados cerca de 1.500 elétrodos (este número é mil vezes superior ao número da interface atualmente utilizada para tratar a doença de Parkinson) que, depois de devidamente analisados, poderão vir a ser aplicados em cérebros humanos. Quanto ao primata, foi apenas referido que o mesmo foi capaz de controlar um computador com o cérebro.
Tudo o que vai acontecer, e como, continua envolto em mistério (como acontece com quase todos os projetos de Musk).
A intenção é que os implantes, feitos através de um robô “semelhante a uma máquina de costura” e cujos sensores vão medir o correspondente a um quarto do diâmetro de um fio de cabelo, recolham informações e as transmitam para um chip recetor colocado na superfície do crânio. O recetor, por sua vez, passará a comunicar, via bluetooth, com dispositivos no exterior, colocados atrás da orelha e alimentados por uma bateria.
Nesta fase ainda estão a ser criados orifícios com brocas, mas no futuro a empresa pretende que o método passe pela utilização de laser.
A intenção de Musk, e este revela-a aqui e além, é “ligar” o cérebro diretamente ao computador e, assim, dar o passo seguinte na investigação da inteligência artificial.
A Neuralink já amealhou mais de 150 milhões de dólares de investidores para desenvolver o projeto, sendo que cerca de 100 milhões foram atribuídos pelo seu CEO, Musk.