Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Museu Nacional de Soares dos Reis acolhe exposição "Metamorfoses" de Graça Morais

22 jul, 2019 - 19:18 • Lusa

Mostra "inteiramente inédita de desenhos e pinturas sobre papel" da artista portuguesa pode ser visitada até setembro.

A+ / A-

O Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, terá exposta a partir de quinta-feira "Metamorfoses da Humanidade", uma mostra "inteiramente inédita de desenhos e pinturas sobre papel" de Graça Morais.

Patente até 29 de setembro, a mostra agrega mais de oito dezenas de peças que a artista criou em 2018, ano em que se estreou no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, e depois no Museu do Chiado, em Lisboa, já em 2019.

Este "olhar muito particular sobre a humanidade", segundo a apresentação da exposição, resulta em obras "grandemente comprometidas com a sociedade contemporânea", com rostos e figuras que exploram as muitas expressões humanas.

"O enfoque desta nova série está uma vez mais na figura humana e a sua condição. Os seus protagonistas são as vítimas desta convulsão global, são os milhares de migrantes e refugiados que deixaram a sua casa e o seu país e caminham empurrados para um futuro incerto, fugindo da fome, da pobreza, das guerras, da violência e da morte", pode ler-se no texto de apresentação da exposição.

As personagens retratadas por Graça Morais aparecem "isoladas ou em grupo", com formas "animalescas ou mutantes", e a ambiguidade das figuras associa-se a "referências, disposições e gestos universalmente reconhecíveis", do lado político à "humilhação de um grupo de homens alinhados contra um muro".

A acompanhar a exposição curada por Jorge da Costa está um livro homónimo, publicado pela editora Guerra & Paz e que reúne "82 imagens e quatro ensaios, da autoria de Jorge da Costa, Emília Ferreira, Raquel Henriques da Silva e Jeanette Zwingenberger".

Nascida na aldeia de Vieiro, no concelho transmontano de Vila Flor, em 1948, Graça Morais viveu em Moçambique no final dos anos 1950 e estudou Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto.

Entre os seus primeiros professores contam-se os artistas Ângelo de Sousa, José Rodrigues e Tito Reboredo, e, nos anos 1960 e 1970, foi influenciada pelos pintores Marc Chagall e Van Gogh.

Em 1975, com oito artistas e um crítico de Arte - Albuquerque Mendes, Armando Azevedo, Carlos Carreiro, Dario Alves, Fernando Pinto Coelho, Gerardo Burmester, Jaime Silva, João Dixo e Pedro Rocha - Graça Morais fundou o Grupo Puzzle.

Entre 1976 e 1978, viveu em Paris como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e estudou sobretudo a obra de Picasso, Matisse e Cézanne. Nesse último ano de permanência na capital francesa, expôs no Centro Cultural Português da cidade.

Regressada a Portugal, viveu em Lisboa, onde trabalhou sobretudo as formas e os materiais do nordeste transmontano, as suas raízes, desenvolvendo uma intensa reflexão sobre esse tema na sua obra.

Atualmente vive entre Lisboa e Vieiro, e tem sido homenageada com mostras antológicas em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente em Guimarães, em 1993, em Lisboa e Porto, em 1997, e em Aveiro, em 2003.

Em 2008 foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, num projeto de reabilitação de um solar setecentista da autoria de Eduardo Souto de Moura.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+