06 set, 2019 - 12:30 • Marta Grosso com Direção-Geral do Consumidor
Veja também:
No início de cada ano letivo, é costume surgir alguma ansiedade no seio das famílias. Há novos horários a cumprir (e conjugar), há crianças que mudam de escola ou para lá vão pela primeira vez e há, em cima de tudo, uma lista de material escola para comprar.
Ele são livros, lápis de cor, cadernos, computadores, roupa e sapatos, e depois toda a logística da deslocação e da segurança, que pode incluir passes sociais e até o telemóvel para contactar com as crianças.
Para ajudar neste regresso à “rotina de inverno”, a Direção-Geral do Consumidor divulgou algumas recomendações (e a Renascença acrescentou uns pozinhos).
Ora, tome nota.
Para não pesar tanto na carteira
De acordo com uma sondagem da Cetelem, apenas 30% dos portugueses inquiridos dizem que fazer poupanças economias direcionadas para a educação dos educandos.
Neste ano, e de acordo com o mesmo estudo, os portugueses preveem gastar, em média, 363 euros: cerca de 40% até 250 euros e 29% entre 250 e 500 euros, enquanto 22% não sabiam responder.
Lembrar que a semanada ou mesada constitui também uma fatia dos gastos, pelo que deve contar com este montante nas contas gerais do orçamento familiar.
Material escolar
Mochilas: qual a melhor?
Os médicos recomendam que o peso de mochila não seja superior a 10% do peso corporal – ou seja, para uma criança que pese 25 quilos, a mochila não deve pesar mais do que 2,5 kg.
Quanto aos tróleis, diz o médico Luís Teixeira, numa entrevista na Renascença, que não condiciona o peso sobre a criança, mas não facilita na transposição de barreiras físicas, como escadas e patamares. E aí a criança é obrigada a carregar a mochila-trólei.
Na utilização da mochila…
Precisa de computador ou tablet?
A Direção-Geral do Consumidor lembra que, na compra de um computador, tablet, telemóvel ou outro equipamento (como máquinas calculadoras), é importante que exista – de modo visível, legível e indelével – a “marcação CE” no próprio equipamento.
A marcação pode estar na sua embalagem, nas instruções de utilização ou na documentação relativa à garantia do produto. É obrigatória e significa que o produto está conforme com os requisitos legais aplicáveis.
Uma vez verificada esta marcação:
Quase metade (48%) dos inquiridos num estudo da Cetelem tenciona comprar equipamento informático neste regresso às aulas. Calculadoras, tablets e telemóveis são alguns dos “gadgets” que ganham relevância entre os portugueses com estudantes a seu cargo.
Vestuário e segurança
Sabia que os cordões estão na origem de muitos acidentes, alguns dos quais graves e fatais? Todos os anos, em todo o mundo, registam-se acidentes (evitáveis) por causa de cordões no vestuário para criança. Mas onde estão eles?
Lembre-se: no vestuário para crianças até aos 7 anos não são permitidos cordões localizados na zona do capuz ou do pescoço.
No vestuário para crianças de qualquer idade não são permitidos cordões deslizantes, decorativos ou funcionais localizados na parte de trás da peça de vestuário.
Na compra de sapatos ou ténis…
Ai, os lanches e os almoços!
São uma das dores de cabeça para muitos pais. Todos os dias há que pensar no que mandar na lancheira e não há imaginação e criatividade que resista. A resistência à “comida de plástico” começa a fraquejar… mas aqui ficam algumas dicas para reforçar a defesa da alimentação saudável.
É importante que, dentro da lancheira, conste um produto de cada grupo alimentar: proteína ou lácteo (leite, iogurte, queijo), fruta ou legume ao natural (pelas fontes de vitaminas, fibras e minerais) e um hidrato de carbono para dar energia (pães, de preferência escuro, e cereais).
Além disto, é bom que a criança tenha sempre água para se hidratar.
Na internet, encontra várias receitas para lanches e almoços saudáveis.
Lembre-se ainda de acondicionar os alimentos em recipientes adequados, que garantam a sua boa conservação.
Antes de ir para a escola, é fundamental que a criança – e toda a família – tome um bom pequeno-almoço em casa. Afinal, é a refeição principal do dia.
E agora vou para a escola… a pé
E agora vou para a escola… de transportes públicos
Desde abril de 2019 que os passes sociais estão mais baratos e amigos das famílias, nomeadamente para quem vive, trabalha e estuda na Grande Lisboa e no Grande Porto (mas não só).
Nestas deslocações, tal como nas feitas a pé, aplicam-se as regras de segurança rodoviária e outras como:
E agora vou para a escola… de carro
É indispensável a utilização correta de sistemas de retenção – cadeirinhas ou bancos elevatórios – para transportar as crianças em segurança, qualquer que seja a distância, o percurso ou a velocidade.
O transporte de menores de 12 anos e altura inferior a 1,35 metros tem de ser feito em cadeirinhas homologadas, adaptadas ao seu tamanho e peso e devidamente instaladas no veículo.
Tenha ainda atenção:
Aplicam-se ainda todas as regras de segurança e prevenção rodoviária para peões, sobretudo na deslocação de e para o carro.
No caso das crianças que começam agora a escola, pode ser importante visitar o local onde vão começar a ir todos os dias antes do começo das aulas. Isto, porque as crianças precisam de alguma previsibilidade na vida e quanto mais elas conhecerem do novo sítio para onde vão melhor. E isso inclui o trajeto casa/escola/casa.
A escola em casa
É importante estabelecer uma rotina diária para os trabalhos para casa (TPC): definir o momento em que tal acontece, e a sua duração, depois da chegada a casa. E uma outra para os fins-de-semana.
Ter um espaço e ambiente de estudo tranquilo, bonito e confortável é meio caminho andado para o sucesso escolar, dado que ajuda as crianças a concentrarem-se melhor e a produzir mais.
Para criar este ambiente não é preciso gastar muito dinheiro – por vezes, apenas mudar alguns móveis de lugar e alterar a decoração.
Além disso, é importante que consiga dedicar algum do seu tempo para estar ao lado do seu filho no momento do estudo ou dos trabalhos de casa – tal não significa estudar ou fazer os trabalhos de casa por ele.
Fazer-lhe perguntas, perceber que matéria está a dar, por vezes até improvisar uma aula, em que a criança é o professor são algumas ideias.
Porque todos temos horários e os dos adultos costumam ser cheios e apertados, é importante que, no início do ano letivo, pense na melhor maneira de integrar estes momentos de estudo e acompanhamento do estudo.
Considere ainda a importância de haver momentos de lazer e não juntar no mesmo dia as disciplinas de que eles gostam menos. Ainda que fundamentais até para a concentração, as pausas não devem ser demasiado longas.
Pelos caminhos da internet
Para garantir a utilização da internet com segurança, a Direção-Geral do Consumidor recomenda o seguinte:
A oferta de serviços online de apoio ao estudo é cada vez maior e diversificada. É, por isso, cada vez maior a tendência a recorrer a este tipo de ferramentas.
De acordo com um estudo da Cetelem, as plataformas disponibilizadas pelas escolas são as mais utilizadas pelos estudantes (23%), com especial destaque pelos inquiridos do 3º ciclo e no ensino secundário (35% e 40%, respetivamente).
Surgem depois as plataformas das editoras/manuais escolares, os vídeos online (ambos com 18%) e as redes sociais (17%).
Lembre-se ainda de:
· Falar com os seus filhos sobre os possíveis perigos. Por mais repetitivo que possa parecer, é uma conversa deve ser repetida, sublinhando que os perigos online podem ser aplicados ao mundo real;
· Encorajar as crianças a falar sobre as suas experiências online e, em especial, sobre qualquer situação que os faça sentir desconfortáveis ou ameaçados. Promova a partilha;
· Não descurar os dispositivos móveis, seja nos mecanismos de controlo seja na definição de horas de utilização e aquilo a que podem ou não aceder, incluindo aplicações;
· Alertar para compras indesejadas na utilização de aplicações enquanto se está a jogar;
E, finalmente, dormir
A qualidade do sono e a quantidade de horas dormidas faz diferença, não só na saúde, como no aproveitamento escolar das crianças.
· Deve haver uma hora fixa para ir para a cama, sobretudo durante os dias de semana;