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Temporada 2019/2020

Quer conhecer a história da dança? Vá ver a Companhia Nacional de Bailado

03 out, 2019 - 13:36 • Maria João Costa

Passar em revista a história da dança é a aposta de Sofia Campos, nova diretora da companhia, na programação desenhada para a nova temporada.

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Há palavras que Sofia Campos repete na entrevista. A nova diretora da Companhia Nacional de Bailado (CNB) usa expressões como “missão” e “responsabilidade” para falar do papel da companhia que dirige e que tem uma nova programação para apresentar ao público já a partir de dia 10 de outubro.

Nesta que é a primeira conversa com a Renascença desde que substituiu Paulo Ribeiro na direção da CNB, Sofia Campos explica que: “é importante que o público tenha a noção que só esta companhia tem capacidade para contar a história da dança”. A responsável acrescenta a ideia de que a CNB tem também “o dever e o compromisso” de mostrar esse legado em palco. Foi com isso em mente que Sofia Campos programou a nova temporada.

O “diálogo entre o passado e o futuro” é uma imagem de marca dos espetáculos que irão dançar nos próximos meses. Começam já dia 10 de outubro por repor um bailado dedicado ao coreografo holandês Hans Van Manen de quem irão dançar “Adagio Hamerklavier”, “Short Cut” e “In The Future”. A diretora sublinha que Hans Van Manen “é um coreógrafo emblemático da dança do século XX” de quem reuniram “três bailados do seu percurso que mostram o seu trajeto em diferentes décadas”. São peças que terão uma supervisão do próprio coreógrafo que se deslocará a Portugal para a estreia no Teatro Camões.

A nova programação “propõe uma descoberta” entre o clássico e o contemporâneo explica Sofia Campos que no mês seguinte, em novembro levará ao palco do Teatro Camões, uma peça que já estava prevista pelo anterior diretor, ele mesmo o autor da coreografia. “Le Chef D’Orchestre” de Paulo Ribeiro vai estar em cena de 14 a 17 de novembro. Trata-se “de uma estreia, uma peça para vinte bailarinos que é uma coprodução com o Théâtre National de Chaillot” explica a diretora da CNB

Com o Natal chega o tradicional clássico pensado para as famílias. Será reposto de 6 a 22 de dezembro, o “Quebra-Nozes” com coreografia de Mehmet Balkan. “Será apresentado no Teatro Camões e depois no Teatro Joaquim Benite, um parceiro de longa data” da CNB diz Sofia Campos. Em Almada será entre 28 e 29 de dezembro.

Nesta entrevista no gabinete de Sofia Campos a olhar o vizinho edifício do Oceanário, a nova diretora faz também questão de sublinhar outra das suas frentes de programação. Passa por levar a CNB pelo pais. “O nacional não pode ficar só no nome, tem de estar na nossa prática” explica a diretora que está apostada em “diversificar as escalas dos bailados” que têm “para chegar ao máximo de locais possíveis em Portugal”.

A diretora da CNB faz questão de dizer que são “muitas vezes interpelados” pelo público. “Quando é que vêm a Coimbra, Leiria ou ao Algarve?” ouvem repetidamente. Sofia Campos desabafa: “Quem nos dera poder ainda dar mais resposta”. A responsável faz, contudo, questão de referir que estão “cada vez mais a construir temporadas que possam dar resposta a essa preocupação e obrigação”.

No trabalho de viajar pela história da dança, a CNB apresentará de fevereiro a Abril uma nova coreografia, ou seja “acrescentará reportório” diz Sofia Campos. Trata-se de uma criação de Sónia Baptista intitulada “Planeta Dança”. Num olhar para o passado, irão depois de 11 a 14 de março dançar no Teatro Camões “Chronicle” e “A Mesa Verde” de Martha Graham. Será a primeira vez que o trabalho desta coreógrafa americana, uma referência da dança moderna, será dançado pela CNB

Na programação completa, que pode consultar no site da CNB, vai também ver uma referência ao Dia Mundial da Dança em que as portas do Teatro Camões se abrirão ao público, tal como em 2018; á coreografia de Carla Andermatt “O Canto do Cisne” que presta homenagem a uma das peças emblemáticas que marcou o fim do carismático Ballet Gulbenkian e à reposição de La Bayadère que em junho será apresentada no Teatro Camões num trabalho de Fernando Duarte a partir da coreografia de Marius Petipa.

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