07 nov, 2019 - 17:21 • Redação
O ex-cirurgião cardíaco e escritor, Steven Gunday, a diretora executiva da “Dieta do Leão”, Mikhaila Peterson, e o cofundador da plataforma Noom, Saeju Jeong, criticaram esta quinta-feira, no último dia da Web Summit, a pirâmide alimentar que orienta a população mundial há várias décadas, alterando a sua disposição por completo e remetendo a preocupação ambiental ligada à alimentação para segundo plano.
Numa palestra pouco consensual dedicada ao tema da alimentação, à saúde e à tecnologia, os três oradores defenderam no palco “Conferências de Saúde” que não existe uma pirâmide alimentar aplicável a todos os indivíduos e que esta deve ser substituída por uma dieta adaptada às necessidades de cada um.
Desafiado a alterar a pirâmide alimentar, Gunday apresentou a sua própria versão. “Na base da pirâmide alimentar estão todos os verdes e muito azeite e nozes. A segunda fila fica vazia. Depois, na fila seguinte não colocamos nenhumas batatas, massas, pão ou cereais, mas colocamos chocolate negro acima dos 72% de cacau e água. O peru fica no topo para momentos ocasionais. Por fim, quatro a seis copos de vinho tinto ou champanhe por dia.”
“Não me parece existir alguma comida aí que eu possa comer sem ter graves problemas relacionados com a minha doença autoimune, por isso começaria completamente de novo. Não inseria a carne vermelha no fim”, disse Peterson, que escreve no seu site que “a pirâmide alimentar é uma mentira”.
Já o cofundador da plataforma Noom respondeu ao desafio dizendo que, na sua empresa, não se promove “nenhum regime alimentar específico ou alguma dieta da moda". "Nós seguimos o que a CDC [Centro para Controlo e Prevenção de Doenças] recomenda.”
O reflexo de diferentes escolhas na composição desta pirâmide leva à recomendação geral de um “estudo alimentar para descobrir o que resulta melhor” para cada indivíduo.
Quando questionados sobre alimentação mais sustentável para o planeta, dando exemplos do regime alimentar vegan e vegetariano, a diretora executiva que se alimenta à base de carne vermelha, sal e água respondeu que está “mais preocupada em como regredir a doença autoimune do que nas emissões de CO2”. Já o médico Steven Gunday respondeu à questão sugerindo a digestão de “verduras da família da chicória, como por exemplo endívias e cogumelos”.
No final da sessão, Peterson e Gunday quiseram deixar o seu testemunho sobre jejum intermitente. “Quanto mais tempo tenho comido só carne, menos vezes tenho comido. Eu, geralmente, só janto ou só como um lanche tardio e depois janto. Faço cerca de 18 a 20 horas de jejum intermitente”, afirmou Peterson.
“Uma das coisas que descobri através dos meus estudos nas minhas clínicas é que quantas mais refeições saltares, mais saudável serás”, acrescenta o escritor do livro “O Paradoxo das Plantas: O Perigo Escondido na Comida ‘Saudável’ Que Causa Doenças e Aumento de Peso.”