13 jan, 2020 - 21:03 • Sandra Afonso
Smartphones dobráveis e mais rápidos com 5G, vigilância, 8K, robótica e a já esperada inteligência artificial são as grandes inovações apresentadas este ano na maior feira de tecnologia do mundo, a Consumer Electronics Show, de Las Vegas.
O que era ficção, há alguns anos, integra agora as metas de muitas empresas, que apostam em tecnologia cada vez mais arrojada para garantirem casas inteligentes. As palavras de ordem aqui são a utilidade, conforto, eficiência e rapidez.
Logo pela manhã, podemos saltar para o futuro no duche, com o Moxie, o chuveiro desenvolvido pela Kohler, com microfone e colunas integradas, enquanto toma banho pode pedir para mudar a música ou a estação de rádio.
À saída do duche, coloque os pés no tapete da Mateo, que usa Inteligência artificial e mais de 7.000 pontos de pressão para recolher dados, que podem ser consultados através de uma aplicação, funciona como uma balança, mas pode criar alertas para quando atinge determinados objectivos.
Na cozinha, a Smartypans tem uma panela que mede o peso e a temperatura dos ingredientes, através de uma App.
A Inirv quer substituir os tradicionais botões do fogão por comandos de voz, que aumentam a temperatura e desligam as chamas de forma automática, em caso de esquecimento.
Inspiradas nas cápsulas de café, várias empresas apresentam produtos com outra finalidade, como a Tigout e a AI-Plus Plantbox, que a partir de cápsulas criam bolos e verduras, respetivamente.
Na despensa, a PantryOn tem a solução para acabar com as faltas: estantes inteligentes que monitorizam o armazenamento dos alimentos favoritos e propõe a lista de compras.
Na sala, destaque mais uma vez para os televisores. A Samsung aposta num ecrã que parece flutuar, quase infinito, e tecnologia 8K, que permite quatro vezes mais pixels que a 4K. A LG regressa com um modelo OLED flexível que desliza a partir do teto, a marca insiste no ecrã que enrola.
Se ainda não está confuso com tanta tecnologia, prepare-se, vem aí mais uma. Depois da LED, OLED, QLED e microLED, temos agora a Mini-LED, que promete mais precisão, contraste e eficiência energética.
Nos Smartphones mede-se agora a rapidez no 5G entre as marcas. Nos monitores, a aposta são os monitores dobráveis, que se estendem também aos computadores e outros equipamentos.
A One Plus apresentou já um protótipo de um smartphone com uma câmara invisível. A HP apresentou portáteis e desktops fabricados com plástico reciclado.
Dentro e fora de casa, os robôs estão mais sofisticados, hábeis e úteis, com aplicações domésticas e empresariais. A chinesa Elephant Robotics apresentou o MarsCat, um gato robótico que brinca, reconhece a voz do dono e até interage.
A Yukai também aposta nos gatinhos robô, os Bocco, que permitem que as crianças troquem mensagens de voz com os pais, saber quando algum adulto chegou a casa ou se a porta da rua está bem fechada.
Para garantir a privacidade, a D-ID criou um programa que altera ligeiramente as fotos partilhadas nas redes sociais, impedindo que os computadores as identifiquem (ficam apenas identificáveis ao olho humano).
Para efeitos comerciais, a Cyberlink desenvolveu o FaceMe, um sistema que determina a idade, o sexo e o estado emocional dos transeuntes, e apresenta-lhes publicidade personalizada.
A Picnic reforça a automação na restauração, com uma máquina que prepara até 300 pizzas por hora, com ingredientes selecionados através de uma aplicação. Das pizzas, quer agora chegar às sanduíches e saladas.
Na rua, os transportes estão mais rápidos, práticos, inteligentes e prometem continuar a surpreender.
A Toyota anunciou a construção da “cidade protótipo do futuro”, com mais de 70 hectares, na base do Monte Fuji no Japão.
A “Woven City” (cidade tecida), será segundo a empresa um ecossistema totalmente interligado, alimentado por hidrogénio, onde serão testadas tecnologias avançadas, como a condução autónoma, robótica, mobilidade pessoal, casas inteligentes e Inteligência Artificial. A cidade será totalmente sustentável, as casas inteligentes, os carros autónomos e com zero emissões. As obras arrancam dentro de um ano.
A cidade do futuro da Toyota já mostra carros voadores. Neste momento são várias as empresas na corrida para apresentarem os primeiros veículos. A Hyundai já estava a desenvolver um protótipo, com a ajuda de especialistas da NASA, para 4 passageiros e um piloto, em viagens até 100 quilómetros. Agora juntou-se à Uber, para criar uma frota de táxis voadores.
Também a preparar veículos aéreos estão a Airbus/Audi, que trabalham no Vahana Alpha Two, a Volocopter aposta num táxi aéreo, a Kitty Hawk está a testar o Cora na Nova Zelândia. Há ainda outros projectos em curso, de startups e até de drones para transportar pessoas.
A Manta5 apresentou na CES uma bicicleta elétrica que se desloca sobre a água, é o primeiro produto comercial do tipo. Tem um inconveniente, o preço, cada uma custa quase 6 mil euros.
Ainda pela água, destaque para o Dolphin1, da OceanAlpha, um salva-vidas controlado à distância, que permite o resgate sem colocar mais ninguém em perigo.
Nos carros elétricos há várias novidades, desde o “modo escuro” da Byton, para poupar eletricidade, ao teto coberto com painel solar da Fisker.
A Nissan apresentou um novo material leve, de isolamento sonoro, conhecido como meta-material acústico, que pode ajudar a tornar os habitáculos dos automóveis mais silenciosos, ao mesmo tempo que reforça a eficiência energética.
A revolução na tecnologia chega ainda à saúde, com os chamados “werables”, ou seja, os produtos que se vestem.
Apesar do fracasso dos Google Glass, os óculos inteligentes do gigante tecnológico, que não convenceram o mercado, há uma nova empresa a insistir neste produto. A Human Capable aposta agora nos óculos Norm, que prometem fazer ligações, mostrar endereços ou receitas, filmar e reproduzir vídeos.
Da Waverly Labs chegam os auscultadores Ambassador, que permitem traduções quase instantâneas através da rede 5G.
Para quem tem pés sensíveis, a solução pode passar por uns sapatos que se adaptam ao terreno. É verdade! As solas dos Wahu mudam, para se adaptarem aos diferentes tipos de solo. A Shoeblast criou um dispositivo que evita o mau cheiro nos sapatos, através de um sensor de humidade, que controla o calor e luz ultravioleta necessários para esterilizar o calçado.