12 fev, 2020 - 16:07 • Maria João Costa
Tal como já tinha acontecido em 2018, também em 2020 a ARCOmadrid não terá um país convidado. A Feira de Arte Contemporânea da capital espanhola vai reunir este ano 209 galerias de 30 países, e terá uma secção dedicada a uma temática. A frase “É uma questão de Tempo” servirá de mote à edição deste ano e que desafia um conjunto de artistas a dialogarem com a obra do criador norte-americano de origem cubana Félix González-Torres.
Com abertura prevista para 26 de fevereiro, a ARCOmadrid contará este ano com a presença de 13 galerias portuguesas. Portugal está, de resto, representado em todas as secções da feira. Em entrevista à Renascença, a galerista Vera Cortês, do Comité Organizador da ARCO, explicou que a arte portuguesa está disseminada por todo o certame.
“Há artistas portugueses espalhados por várias galerias espanholas e não só, ou seja, o ARCO também funciona como uma ajuda à internacionalização” diz Vera Cortês que caracteriza a participação portuguesa como “muito forte e consistente”.
Na apresentação esta quinta-feira em Lisboa, um dia depois de ter apresentado a feira em Espanha, a diretora da ARCO falava de outra das novidades da edição deste ano. Na tentativa de conquistar novos públicos, este ano haverá visitas guiadas. Ao microfone da Renascença, Maribel López recordava quando ia à ARCO “de autocarro com as amigas” e lembra-se de se sentir “um pouco perdida” na feira. Por isso ter promovido estas visitas.
“A ideia é se todas estas pessoas vêm à feira, gastam o seu tempo com isso, então vamos tentar oferecer-lhes uma oportunidade de aprender algo mais. Daí surge a ideia de visitas guiadas de uma hora e meia com historiadores de arte, curadores e com profissionais. Custam 20 euros. Acredito que depois desta primeira visita, alguns preconceitos que os visitantes menos conhecedores da arte possam tem para com a arte contemporânea, podem limar-se.”
Na 39.ª edição, a ARCO aposta também em colocar em maior destaque os artistas. Na apresentação, no Palácio da Palhavã, em Lisboa, o diretor-geral da IFEMA onde decorre a feira, explicava que vão “dar uma maior visibilidade e notoriedade à figura do artista”. Eduardo López-Puertas indicou que cerca de 40 por cento das galerias participantes na edição deste ano tem “programas focados na apresentação de um ou dois artistas".
Questionado sobre a ameaça do coronavírus e pelo cancelamento de algumas presenças na feira tecnológica marcada para estes dias em Barcelona, aquele responsável do recinto de feiras de Madrid explica que não houve “nenhum cancelamento” e acrescentou: “A presença da Asia na ARCO é nula, daí que não tenhamos esse problema do coronavírus.” Quanto ao facto de este ser um evento de grande público, López-Puertas indicou que estão “em colaboração e a seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde, para garantir que tudo corre o melhor possível.”