22 fev, 2020 - 19:08 • Maria João Costa
Não é todos os dias
que são lançados três novos livros para crianças, mas foi o que aconteceu este sábado no último dia do Festival Literário Correntes d’Escritas, na Póvoa
de Varzim. O escritor Valter Hugo Mãe fez de cicerone na apresentação dos
livros de Raquel Patriarca e Adélia Carvalho, bem como da sua nova obra para os
mais novos.
Os livros suscitaram o interesse dos leitores de palmo e meio que, no final, fizeram fila a pedir autógrafos. Na pequena mão, o João trazia “A História de uma História”. À autora Raquel Patriarca fez questão de explicar quando lhe pediu um autógrafo que o livro não era só para ele, mas também para os irmãos Marta e José Pedro. Raquel assinou com dedicatória o livro que nasceu de um diálogo entre si e o seu filho.
À Renascença a escritora, cujo livro é ilustrado por Sara Cunha, explica que “a mãe está a contar uma história e o filho vai interpelando”. A personagem principal é um “urso que gosta de mel”, por isso Raquel Patriarca diz a brincar que é uma história de fazer “crescer água na boca”. Editado pela Acento Tónico, o livro termina com “tudo ao contrário do que se calculou no inicio, como acontece no dia-a-dia”, refere a autora que é também mediadora de leitura para os mais novos.
No Cine-Teatro Garrett estava também a avó do Dinis que faz anos amanhã e que vai receber como presente de aniversário o livro “Serei sempre o teu abrigo”, a obra que o escritor Valter Hugo Mãe escreveu e ilustrou, depois da sua mãe ter sido operada ao coração. À Renascença, o Prémio Saramago explicou que a sua mãe “acabou por recuperar” da cirurgia que o filho descreveu como “um susto”, daí ter sentido necessidade de “transformar essa experiência numa beleza qualquer”
Assim nasceu o livro agora editado pela Porto Editora. “Serei sempre o teu abrigo” é um álbum ilustrado pelo seu autor. Valter Hugo Mãe desenhou o livro em que “anuncia o facto da mãe estar bem e de ela continuar a ser capaz de nos amar com o seu peito remexido”.
Já a Leonor, de três anos, vai receber de presente o livro “A Menina que Queria Desenhar o Mundo”, escrito por Adélia Carvalho e ilustrado por Sérgio Condeço. A autora fala numa “história de amor” entre ela e o ilustrador que não tinham trabalhado juntos antes. O diálogo entre o texto e o desenho acontece num livro editado pela Nuvem de Letras, a chancela infantil da Penguin Randon House.
“É a história que fala do crescimento e do medo de crescer, do amor dos pais pelos filhos ao verem-nos crescer. É a história de uma criança que quer desenhar o mundo, tem uma folha de papel, e o mundo é muito grande e não cabe ali, mas ela não desiste porque é impossível desistir de crescer”, é assim que Adélia Carvalho relata a história do livro. Já Sérgio Condeço explica que o desafio ao ilustrador foi tornar a ilustração “simples” porque se tratava do “desenho de uma menina.”