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Covid-19. Saiba que cuidados deve ter ao comprar comida em "take away"

14 abr, 2020 - 15:46 • Daniela Espírito Santo

O que sabemos sobre a relação do novo coronavírus com os alimentos? Podemos ficar em casa e comer produtos "de fora" sem problemas? Como devemos agir ao pedir que nos entreguem comida?

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Em estado de emergência devido à pandemia causada pelo novo coronavírus é pedido aos portugueses que fiquem em casa. Com os restaurantes a funcionar apenas em regime de "take away" ou entrega ao domicílio, surgem as dúvidas sobre se podemos continuar a encomendar comida para consumir em casa durante a pandemia.

Em pleno estado de emergência, António Costa garantiu mesmo que "é essencial que a restauração se mantenha aberta para apoiar a quem fica confinado em casa". No entanto, será seguro comer produtos elaborados num local que não controlamos?

À Renascença, Teresa Leão, médica de saúde pública e investigadora no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), garante que podemos comprar comida em "take away" ou com entrega ao domicílio "mas devemos ter várias cautelas".

"No levantamento da comida ou na entrega devemos guardar distância física de, pelo menos, um metro da pessoa", salienta. Na hora de pagar, também "podemos preferir o uso de cartão de débito contactless ou outras tecnologias que reduzam a manipulação de dinheiro físico".

Quanto aos produtos em si, deve ser colocado especial cuidado no manuseamento dos sacos que contêm os alimentos. "Devemos evitar pousar os sacos no balcão onde preparamos as refeições ou sobre a mesa", explica a investigadora, que aconselha quem compra comida já feita a "passar os alimentos das caixas de transporte para pratos" para diminuir o risco de contacto com alguma superfície infetada.

Depois de descartar as embalagens, que devem ser colocadas no lixo, convém "desinfetar o local onde pousou o saco/embalagem com lixívia diluída em água ou outro produto que contenha lixívia".

A parte mais importante é aquela que já devemos cumprir noutras situações: "devemos lavar as mãos após mexermos nos sacos e embalagens, seja após os pousarmos, antes de transferirmos os alimentos para os pratos, e antes de iniciar a refeição", esclarece.

Se ainda sentir necessidade de se sentir mais seguro/a quanto aos alimentos em si, a investigadora sugere que aqueça "os alimentos a mais de 70ºC", medida que é recomendada para "prevenir a transmissão de outros microorganismos" (pois não podemos só pensar neste vírus em específico).

Neste capítulo, é importante também relembrar as indicações da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar e da Organização Mundial da Saúde: "não existe, até ao momento, evidência de qualquer tipo de contaminação através do consumo de alimentos cozinhados ou crus", informação essa que já tinha sido mencionada pela médica de saúde pública à Renascença, e que consta no manual de orientações na área da alimentação publicado pela Direção Geral da Saúde.
No caso do "take away", o maior perigo passa, então, não pelos alimentos em si, mas pelo manuseamento das embalagens em que os mesmos são colocados para transporte e entrega. Como, de resto, já tínhamos aprendido sobre os sacos das compras. Sobre esse assunto, Teresa Leão já tinha deixado indicações ao responder num espaço de dúvidas feitas por ouvintes, na Renascença.
Falando especificamente sobre os sacos de compras, Teresa Leão dizia, na altura, que "o risco de termos vírus vivos nas superfícies dos sacos é relativamente baixo" mas que, mesmo assim, é preciso continuarmos a ter os procedimentos corretos na higiene dos mesmos e das nossas mãos: "Chegando a casa, lavamos as mãos, arrumamos as compras, lavamos as mãos, antes de preparar os alimentos, lavamos as mãos...".
"Temos de manter o mesmo tipo de cuidados que temos tido com os alimentos. Devemos lavar muito bem a fruta e legumes e cozinhar muito bem o resto dos alimentos que vão ser ingeridos", é dito.
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