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​Setor do livro critica Ministério da Cultura por ficar fora dos apoios

17 abr, 2020 - 18:52 • Maria João Costa

A reunião entre a APEL e a ministra Graça Fonseca estava marcada para esta sexta-feira, mas foi desmarcada pela tutela. APEL acusa o Ministério da Cultura de não considerar uma prioridade o setor em risco “de extinção de empresas de edição e venda de livros”.

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Sentem-se “deixados sós”. Editores e livreiros acusam o Ministério da Cultura de não os considerar uma “prioridade”. O verniz estalou depois da reunião prevista para esta sexta-feira com o ministério ter sido desmarcada.

Em comunicado, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) fala na falta de diálogo com o ministério de Graça Fonseca, numa altura em que “o tempo urge” para o setor editorial e livreiro, a braços com a maior quebra de sempre no negócio.

A direção da APEL explica, em comunicado, que souberam, na quinta-feira, do cancelamento do encontro com o Ministério da Cultura, que alegou que a ministra Graça Fonseca daria hoje uma conferência de imprensa, a que a APEL diz, ter “assistido com expetativa”. Mas a mesma “versou única e exclusivamente sobre as medidas que o Ministério da Cultura irá tomar relativo ao sector da comunicação social”.

Defraudado, o setor editorial e livreiro sente-se deixado de fora. A APEL critica a atitude da ministra que ainda esta semana, no parlamento, na comissão de cultura prometia até ao final da semana apresentar medidas de apoio para os média e setor do livro.

“Perante isto apenas nos resta concluir que, não só o setor editorial e livreiro não é uma prioridade para o Ministério da Cultura, como, acima de tudo, não é visto como importante ou sequer relevante para que haja uma linha de diálogo e de contacto.”

No comunicado divulgado esta sexta-feira, a APEL refere que “está neste momento sozinha e num monólogo que terá como conclusão breve a extinção de empresas de edição e de venda de livros”.

Recordando as palavras de Manuel Alegre, a APEL fala em “emergência cultural”, e lembra o que o poeta disse: “com cada livraria que fecha e cada editora que acaba não é apenas um pouco de nós e do nosso passado que morre, é também o futuro que se atrasa”.

Numa altura em que as livrarias registam quebras de vendas de quase 80%, na primeira semana de abril, com menos 125 mil livros vendidos do que em igual período, em 2019, a APEL alerta que “deixados a falar sozinhos não terão capacidade para sobreviver a estes terríveis meses”.

O grito de alerta surge quando na primeira semana de abril, venderam-se menos 124.707 livros do que na mesma semana de 2019. Os dados são da GfK Portugal e foram conhecidos hoje.

Medidas propostas pela APEL

A APEL refere que já a 2 de abril tinha reunido com o assessor para o livro do ministério da cultura e que, na altura, apresentaram um conjunto de medidas cruciais para a sobrevivência do setor.

Entre elas, o alargamento da Lei do Preço Fixo, à semelhança de outros países como França e Espanha; a redução do IVA a 0% no livro, por um período de 1 ano; um subsídio a fundo perdido para as rendas das livrarias durante o período de inatividade e revisão da lei do arrendamento; a aquisição de livros pelas bibliotecas aos livreiros; a oferta de um cheque-livro às famílias para relançar a atividade, entre outras propostas.

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