08 mai, 2020 - 15:18 • Redação, com Lusa
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Os festivais de música e espetáculos “de natureza análoga”, marcados até 30 de setembro, só serão permitidos com lugares marcados e regras de distanciamento, e o reembolso de bilhetes só em 2022, segundo a proposta de lei revelada esta sexta-feira.
De acordo com o documento, que deu entrada no Parlamento e que será discutido no próximo dia 14, é aberta uma exceção à proibição anunciada na quinta-feira pelo Governo sobre o calendário de festivais de música de verão e outros eventos semelhantes.
“Até 30 de setembro, os espetáculos podem acontecer em recinto coberto ou ao ar livre, com lugar marcado e no respeito pela lotação especificamente definida pela Direção-Geral da Saúde em função das regras de distanciamento físico que sejam adequadas face à evolução da pandemia da doença COVID-19”, lê-se na proposta.
A proposta é aplicável ao reagendamento ou cancelamento de espetáculos não realizados entre os dias 28 de fevereiro de 2020 e 30 de setembro de 2020.
Quem comprou bilhete para eventos dentro daquele período, só poderá pedir o reembolso a partir de 1 de janeiro de 2022.
Em 25 anos, este será o primeiro verão sem festiva(...)
Até lá, pode pedir a troca do bilhete por um vale “de igual valor ao preço pago”, válido até 31 de dezembro de 2021, e esse vale pode ser utilizado na “aquisição de bilhetes de ingresso para o mesmo espetáculo a realizar em nova data ou para outros eventos realizados pelo mesmo promotor”.
“Caso o vale não seja utilizado até ao dia 31 de dezembro de 2021, o portador tem direito ao reembolso do valor do mesmo, a solicitar no prazo de 14 dias úteis”, lê-se no documento.
O Governo tinha anunciado na quinta-feira a proibição de todos os festivais e espetáculos similares, até 30 de setembro deste ano, por causa da pandemia de Covid-19, mas a proposta de lei que agora chegou à Assembleia da República abre a porta a exceções.
Na sequência desta notícia, o PCP afirmou que a Festa do Avante não é um simples festival de música, mas remetia uma posição para quando a proposta do executivo fosse tornada pública.
O Governo anunciou esta quinta-feira a proibição d(...)
“A Festa do Avante! não é um simples festival de música, é uma grande realização políticocultural que se realiza desde 1976, muitos anos antes da existência daquele tipo de festivais”, referiu o Partido Comunista, em comunicado.
O cancelamento dos festivais de verão é uma“tragédia” que vai custar cerca de 600 milhões de euros à economia portuguesa, afirma Álvaro Covões, dono da produtora dono da Everything Is New.
Em 25 anos, este seria o primeiro verão sem festivais de música. Em declarações à Renascença, Álvaro Covões faz as contas à decisão do Governo na sequência da pandemia de Covid-19.
A lista é longa e embora alguns já tivessem anunciado o seu adiamento, há outros que ainda não o tinham feito. Nos próximos meses há vários festivais que são abrangidos por esta medida do Governo.
Nomeadamente, o Nos Alive que estava agendado entre 8 a 11 de julho, em Oeiras; o Super Bock Super Rock que deveria decorrer no Meco de 16 a 18 de julho; o MEO Sudoeste que tem lugar de 4 a 8 de agosto, na Zambujeira do Mar.
Dentro deste período temporal em que estão proibidos os festivais de verão, estão também outros eventos musicais como o Vodafone Paredes de Coura que estava marcado entre 19 a 22 de agosto, o Vilar de Mouros de 27 a 29 de agosto.
Para além destes que são festivais de grande público há também outros que ficam comprometidos como o novo festival Jardins do Marquês que deveria acontecer em Oeiras de 1 a 4 de julho, o CoolJazz Fest que decorre em Cascais de 1 a 31 de julho, o Marés Vivas que tem lugar em Vila Nova de Gaia de 17 e 19 de julho, o Bons Sons de Tomar marcado para agosto de 13 a 16 e o Festival F em Faro que decorre no inicio de setembro.
Portugal regista 1.114 mortos (são mais nove que na quinta-feira, o número mais baixo, em 24 horas, desde 23 de março) e 27.268 infetados (mais 553, o que equivale a uma subida de 2,1%, a maior desde 25 de abril, e mantém a tendência ascendente dos últimos dias) pelo novo coronavírus, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).
Há um total de 220 concelhos portugueses com, pelo menos, três casos confirmados de Covid-19. Barcelos (+46), Vila Verde (+41), Lisboa (+32), Maia (+32), Matosinhos (+29), Gondomar (+29) e Porto (+26) são os concelhos com maior aumento no número de infetados nas últimas 24 horas, segundo a lista da DGS. De acordo com o mesmo documento, 57 municípios registam, pelo menos, mais um caso confirmado de Covid-19.
Lisboa ocupa o topo da tabela com um total 1.700 infetados com o novo coronavírus, seguida de Vila Nova de Gaia (1.445), Porto (1.295) e Matosinhos (1.192). Dos 220 concelhos com pelo menos 3 casos confirmados de Covid-19, 164 não registam aumento no número de infetados face ao dia anterior.