12 mai, 2020 - 15:17 • Maria João Costa
O nome mais sonante, a nível internacional, do cartaz deste ano do Festival Literatura em Viagem (LeV) não contava do programa inicial. A participação da escritora chilena Isabel Allende “não estava prevista por questões de agenda e de viagens”, explica o vereador da cultura da Câmara de Matosinhos. Em entrevista à Renascença, Fernando Rocha sublinha que a opção por uma edição digital permitiu juntar o nome da autora de “A Casa dos Espíritos” ao cartaz.
Nem tudo é mau na opção de avançarem para uma edição digital do LeV que começa esta quarta-feira e que decorrerá até domingo. O epicentro da ação não será este ano o auditório da Biblioteca Florbela Espanca, mas antes as páginas desta biblioteca e da autarquia de Matosinhos que organiza o evento anualmente. As sessões são de acesso livro e decorrem durante a tarde e noite.
“O modelo que vamos fazer digitalmente é muito parecido com o que faríamos numa sala” explica o autarca. Fernando Rocha que explica que o tema deste ano é “A Volta ao Mundo em 80 viagens” evita salientar alguns dos nomes dos participantes, mas não deixa de repetir o de Isabel Allende, mas também o “Hector Abade Faciolince, um nome em grande destaque na América latina”.
Fernando Rocha sublinha ainda os “os países de expressão portuguesa” e os autores José Eduardo Agualusa e Ondjaki, bem como os portugueses José Luis Peixoto e Gonçalo M.Tavares.
Mas tal como em edições anteriores, também este ano no cartaz estão contempladas sessões com não escritores. É o caso do músico Pedro Abrunhosa que vai estar em direto na sexta-feira, às 18h00, ou o deputado Alexandre Quintanilha, que participa no sábado às 17h00.
Face a esta edição diferente, o vereador da cultura Fernando Rocha espera para ver que adesão vai ter, mas admite que pode trazer benefícios para edições futuras, onde poderá haver um pouco das duas fórmulas, presencial e digital.
“É lógico que nós não abriremos mão do festival presencial, mas às vezes, escritores que pela idade, pela distância – porque nós somos um país periférico - ou até por questões de agenda não se possam deslocar a Portugal, acho que podemos no futuro essa fórmula mista”, explica.
O vereador acrescenta, no entanto, que não quer “perder de vista que o objetivo do festival é colocar os escritores à conversa com o público”. Este ano, não haverá espaço a perguntas do público ou os famosos pedidos de autógrafos, mas o festival terá um cartaz bem recheado. Veja aqui o programa completo.