15 mai, 2020 - 19:43 • Maria João Costa
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Porque querem dar visibilidade às consequências que a paragem na atividade cultural teve por causa da pandemia, os profissionais das artes e cultura vão concentrar-se, por turnos, na próxima quinta-feira em vigília. Entre as 9h e as 19h, a vigília em frente à Assembleia da República vai decorrer “dividida em turnos de 10 pessoas que se vão revezando, fazendo assim cumprir a regra do distanciamento social” e não pondo em causa as normas de segurança.
Em comunicado, os promotores desta ação explicam que “os profissionais da cultura e das artes ficaram sem qualquer fonte de rendimento” e consideram insuficientes as medidas de apoio implementadas pelo Ministério da Cultura. Por isso, agendaram o protesto que explicam que vai decorrer em Lisboa, mas também em outras cidades. Até este momento, confirmam os organizadores, estão formadas comissões em Almada, no Funchal, Faro, Caldas da Rainha, Setúbal, Vila do Conde, Porto, Aveiro, Coimbra, Évora e Santa Maria da Feira
A Vigília Cultura e Artes, assim se chama, conta entre os seus organizadores como atores, produtores, técnicos de palco, dramaturgos entre outros profissionais. No comunicado em que convocam esta concentração, referem que o “contexto atual veio desmascarar a realidade laboral do setor cultural em Portugal, que se caracteriza por uma intermitência constante (e amplamente agravada por conta da pandemia COVID-19 aquando do cancelamento de toda a atividade laboral)”.
Segundo estes profissionais, o lema “Vai ficar tudo bem”, para o setor “não corresponde à verdade” porque, afirmam, têm sobrevivido a um “estado de calamidade financeira”. “As ajudas tardaram a chegar e mostraram-se fracas e insuficientes, não abrangendo nem metade dos profissionais que compõem o setor”. Pedem por isso, um “repensar, reestruturar e reajustar das condições laborais do setor cultural”. Ainda esta sexta-feira em entrevista à Renascença, o ator Nuno Lopes denunciava que havia situações de fome entre os profissionais das artes, setor que vive da precariedade.