21 mai, 2020 - 16:15 • Lusa
Veja também:
Um grupo de artistas manifestou-se esta quinta-feira em frente à Assembleia da República. Protestaram contra a falta de apoios numa altura em que o setor está a ser fortemente atingido pela crise provocada pela pandemia de Covid-19.
A vigília cultura e artes juntou algumas dezenas de pessoas. O objetivo foi dar expressão pública à
a luta dos profissionais da cultura e das artes que ficaram sem qualquer fonte de rendimento.
Respeitando as normas de distanciamento social, os manifestantes exibiram cartazes com a mensagem de protesto “E se tivéssemos ficado sem cultura?”.
"Há artistas a passar fome"
Outro grupo de agentes culturais juntou-se em Leiria, contra o que apelidam de “apoios vergonhosos” e “medidas fracas, escassas e dececionantes” por parte do Estado.
“Qual é o futuro? O que é que isto nos reserva? Hoje estamos aqui. Se for necessário, amanhã estamos aqui. E se for necessário, para a semana estamos aqui. Alguma coisa tem de ser feita para a sobrevivência do setor, para o bem-estar dos profissionais e para a continuidade da cultura no território nacional”, disse o ator Frédéric da Cruz Pires, à agência Lusa.
Em Leiria e na zona centro, quem vive da cultura “já estava mal antes da pandemia”. Agora tudo se complicou: “Há artistas a passar fome, porque não podem fazer rigorosamente nada. Tem de haver novas medidas, mais coerentes. Um milhão e 700 mil não é nada para um setor imenso”, sublinhou.
No dia em que se estreia na série “White Lines”, d(...)
Para garantir a subsistência, o bailarino Bruno Alves foi trabalhar para as obras. “Até é uma atividade que me satisfaz, mas não é a profissão que escolhi”, conta, esperando que a crise que revelou “a precariedade brutal dos artistas e todo o setor” leva a “uma mudança efetiva” e “um enquadramento legal que regule a atividade cultural”.
“Os artistas estão todos numa condição de quase extrema pobreza”, sublinha o bailarino da Companhia Olga Roriz.
Os profissionais das artes de Almada concentraram-se também em frente à câmara municipal, no distrito de Setúbal, apelando para que os governantes tomem “decisões estruturais” e a cultura passe a ser considerada como um “bem essencial”.
“Estamos à frente da presidência da Câmara de Almada porque a nossa intenção não é sensibilizar pessoas. Viemos para o sítio onde se tomam as decisões relativas às políticas públicas”, disse à Lusa o ator Henrique Frazão, que organizou a vigília no concelho e defende que a cultura “devia ser encarada como um bem essencial”.
Além de Lisboa, Leira e Almada, realizam-se esta quinta-feira vigílias semelhantes no Funchal, Faro, Setúbal, Porto, Aveiro, Évora, Vila do Conde, Coimbra e Santa Maria da Feira.
Entre as reivindicações dos profissionais da cultura contam-se a criação do estatuto do artista e a aprovação de um fundo de emergência para os que na cultura e nas artes, ficaram sem rendimentos e sem apoios devido à paralisação provocada pelo combate à pandemia.
Coronavírus
O gesto sarcástico tem como lema “não deixemos a G(...)