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"Alentejo, Patrimónios”. Uma viagem pelo saber-fazer tradicional

17 ago, 2020 - 11:25 • Rosário Silva

Da arte chocalheira das Alcáçovas, aos barros de Beringel, passando pelos bonecos de Estremoz, as viagens temáticas vão desaguar, também, no rio Mira, em busca da diversidade cultural da região alentejana. Em tempo de pandemia, a iniciativa da Direção Regional de Cultura do Alentejo pretende contribuir para alavancar o turismo e a economia regional.

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“Alentejo, Patrimónios” é a designação do novo projeto da Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen), que vai ser lançado no dia 22 de agosto, em parceria com várias câmaras municipais e instituições da região.

Arranca na vila de Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo, e vai ter como cenário a arte chocalheira, cujo fabrico viu, em 2015, o seu nome inscrito na lista da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), do Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente.

“Considerando a realidade derivada do estado de pandemia em que vivemos, o projeto Alentejo, Patrimónios pretende ser uma forma de manter e aprofundar dinâmicas de promoção do território que passem pela Cultura e o Património Cultural, através do contacto com os atores, os espaços e os elementos representativos das mais diversas manifestações culturais que são o espelho da região, nestes tempos que atravessamos”, explica a DRCAlen, em comunicado enviado à Renascença.

Através da realização de visitas temáticas, pretende-se, segundo a organização, “valorizar e promover o património cultural da região, de uma forma alargada e diferenciadora”, destacando realidades culturais que “passam despercebidas e são pouco valorizadas”.

Os percursos das visitas são, antecipadamente, preparados pelos técnicos dos serviços regionais da cultura, com a finalidade de “mostrar a diversidade cultural da região, dignificar os atores do saber-fazer tradicional, valorizar o território e provocar novas dinâmicas que ajudem o turismo e a economia locais”, adianta a direção regional.

O projeto “Alentejo, Patrimónios” vai concretizar-se através de visitas a oficinas e outros espaços de criação, além de promover o encontro entre protagonistas da cultura alentejana, dando a conhecer aos participantes, o que se faz e como se faz, para que as atividades artesanais possam ter futuro.

“Num território tão amplo, diverso e múltiplo como é o Alentejo, a atividade artesanal e os recursos naturais do território assumem uma importância extraordinária no tecido socioeconómico, que importa proteger e promover, com vista à sua sobrevivência e à sua continuidade”, sublinha a DRCAlen.

Por causa da pandemia, até ao final do ano, apenas estão programadas quatro visitas, com um número máximo de 14 participantes cada, com a garantia de cumprimento de todas as regras de segurança definidas.

A primeira visita acontece já no sábado dia 22, na vila de Alcáçovas, Viana do Alentejo, dedicada à arte chocalheira. A experiência-piloto prossegue, a 26 de setembro, com uma viagem temática em torno dos barros de Beringel, e a 3 de outubro, já em território do rio Mira, evidencia os cereais e molinagem.

A quarta e última visita de 2020, acontece a 17 de outubro, aos bonecos de Estremoz, o primeiro figurado do mundo a receber, em 2017, a distinção de Património Cultural Imaterial da Humanidade, com mais de 300 anos de história.

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