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Teatro

Rui Mendes. “Os artistas estão numa fase muito difícil. Há países onde os teatros já fecharam”

13 nov, 2020 - 06:49 • Maria João Costa

Nesta sexta-feira, estreia a peça “O Prelúdio ao Rei Lear”, no Teatro Joaquim Benite. Rui Mendes é o protagonista. Aos 83 anos, fala das dificuldades com a pandemia e diz ter esperança “que o vírus se canse”.

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Diz que já não é criança e que não tem 38 anos. Para saber a sua idade, explica a rir, é preciso virar os números ao contrário. Aos 83 anos, Rui Mendes estreia, nesta sexta-feira, no Teatro Joaquim Benite, em Almada, a peça “Prelúdio ao Rei Lear”, escrita pelo dramaturgo húngaro Ferenc Molnár.

Com encenação de Rodrigo Francisco, a peça estará em cena até 6 de dezembro, mas até dia 22 de novembro apenas de terça a sexta-feira, às 21horas.

Escrita em 1921, esta peça é uma comédia, diz o ator em entrevista ao programa Ensaio Geral da Renascença. Rui Mendes veste o papel de um ator, de seu nome Constantino Brandão, e explica que “Prelúdio ao Rei Lear” é “uma homenagem ao Shakespeare, inspirada no Rei Lear e passa-se no dia em que vai estrear a peça”.

Mas porque se trata exatamente de um “Prelúdio”, a peça passa-se antes de os atores entrarem em cena para representar esse clássico maior do teatro, de William Shakespeare. O Rei Lear terá de esperar.

Rui Mendes conta que, “uma hora antes da estreia do Rei Lear, o Constantino Brandão está muito nervoso porque se meteu numa grande alhada sentimental com uma senhora casada. O marido percebeu tudo e ele chega ao teatro perseguido pelo marido. O marido tenta vingar-se e prejudica toda a preparação para a estreia da peça”.

É para o público se rir, explica o ator que no ano passado foi homenageado no Festival de Teatro de Almada. Rui Mendes indica que o público “vai ver o teatro por dentro”, porque esta é uma peça que fala do teatro.

“Discutem-se coisas muito engraçadas como, o que é o ator no dia da estreia, como representa, como é que chora, como é que ri. É uma grande homenagem ao teatro”, afirma.

O lado burlesco desta peça é-nos explicada pelo seu encenador, Rodrigo Francisco. O também diretor do teatro indica que o marido enganado “é um professor universitário, especialista em Shakespeare” e que isso confere o lado ainda mais cómico a toda a peça.

Em palco, Rui Mendes vai contracenar com um “elenco jovem”, refere Rodrigo Francisco. André Albuquerque, André Gomes, Érica Rodrigues, Ivo Marçal, João Farraia, João Gadelha, João Tempera e Pedro Walter são os atores que vão partilhar o palco com Mendes.

Pandemia já fechou muitos teatros na Europa

Aos 83 anos, Rui Mendes enfrenta os atuais momentos de pandemia com apreensão. Sublinha que está sempre a lavar as mãos, usa máscara e tem todos os cuidados. “Estamos a viver de facto uma época muito difícil”, aponta o artista, acrescentando que essas dificuldades não afetam só as gentes do teatro, mas “toda a gente”.

Tenho esperança de que, um dia, o vírus se canse e desapareça! Se remeta à sua insignificância, que não é assim tão pequena como isso!”, desabafa o protagonista da peça “Prelúdio ao Rei Lear”.

Falando em específico da classe artística, Rui Mendes é perentório: “os artistas, os profissionais da cultura estão a passar por uma fase muito difícil e complicada. Já há vários países da Europa onde os teatros fecharam. Em Portugal, felizmente temos os teatros abertos”.

“Continua a haver público”, refere Rui Mendes que espera por ele até dia 22, de terça a sexta-feira às nove da noite e depois, até dia 6 de dezembro, com fins de semana incluídos, para ver comédia “Prelúdio ao Rei Lear”, no Teatro Joaquim Benite, em Almada.
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